Responsável por acompanhar a execução orçamentária do governo, o TCU (Tribunal de Contas da União) acabou com o ‘boicote’ de Jair Bolsonaro à Globo, xingada por ele de “Globo lixo”.
O órgão emitiu determinação para que o Ministério das Comunicações distribuísse as verbas publicitárias do governo de acordo com a proporcionalidade de audiência nacional.
Com isso, a Globo, que tem 34% do índice de público, saiu do terceiro lugar (atrás de Record TV e SBT, respectivamente) para a liderança na planilha. Voltou a ser, como nas gestões anteriores, o canal que mais recebe investimento da propaganda federal.
Foram R$ 65,5 milhões no ano passado, contra R$ 53,9 milhões destinados ao canal do bispo Edir Macedo e a mesma quantia à emissora de Silvio Santos. Os dados são da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República).
Esse valor representa 0,5% do faturamento médio do Grupo Globo nos últimos anos. Ao contrário do que bolsonaristas alardeiam, o canal carioca nunca dependeu financeiramente de verbas oficiais.
Uma das promessas de campanha de Bolsonaro era acabar com o que ele chama de “mamata” de cotas de publicidade do governo à Globo. A redução drástica no repasse de dinheiro foi cumprida.
Ainda que tenha recuperado o posto de TV mais beneficiada com publicidade da Secom, a Globo está longe do patamar atingido ao longo dos mandatos de Lula, Dilma e Temer, quando recebia entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões por ano de Brasília.
Em 2021, do montante destinado ao grupo da família Marinho, R$ 2 milhões foram para o caixa da GloboNews, o canal de notícias mais crítico ao bolsonarismo.