Nos últimos dias, o perfil @mosconi.deepfake se popularizou no TikTok com um vídeo potencialmente polêmico. Usando edição de áudio, o dono da conta no app fez William Bonner dar uma notícia falsa no ‘JN’.
“Boa noite, 1º de janeiro de 2023. Bolsonaro não é mais oficialmente o presidente do Brasil. Até que enfim, né, pessoal?”, diz a voz idêntica à do âncora.
O truque usou uma imagem real de Bonner na bancada do ‘Jornal Nacional’. Ainda que haja falha de sincronização dos lábios do jornalista com a declaração forjada, o vídeo tem feito sucesso.
No momento em que este texto foi escrito, já tinha 1,6 milhão de visualizações, 115 mil curtidas e quase 3 mil comentários – muitos com torcida para que a fake news se torne realidade e tantos outros em defesa do presidente que tentará a reeleição.
Uma das metas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do jornalismo profissional é combater o uso da inteligência artificial na produção desse tipo de material que pode confundir e influenciar o eleitor.
Neste caso, obviamente, o intuito foi apenas fazer humor politizado. Contudo, esse mesmo recurso tecnológico tem sido amplamente aplicado para desinformar, difamar e ‘cancelar’ figuras públicas, desde celebridades a políticos.
Por ser visto por Bolsonaro e Lula como principal inimigo na mídia, Bonner provavelmente terá sua imagem utilizada com objetivos nada cômicos nem jornalísticos na guerra digital entre apoiadores radicais dos dois pré-candidatos à Presidência.