Bonner e Lula seguem pacto de não-agressão com audiência menor que a de Bolsonaro 

O âncora do ‘JN’ e o presidenciável petista adotaram a postura de torcedores rivais que se respeitam no estádio

25 ago 2022 - 21h37
(atualizado às 22h52)

William Bonner e Lula protagonizaram um embate direto nos primeiros 10 minutos da entrevista do petista no ‘Jornal Nacional’. Somente depois Renata Vasconcellos entrou na sabatina. 

Havia uma dúvida: o ex-presidente exibiria sua versão ‘paz e amor’ ou partiria para o ‘tiro, porrada e bomba’? 

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Ainda que exalasse tensão, com o rosto vermelho às vezes, ele manteve o autocontrole e tratou os âncoras de maneira amistosa. 

Com dados na ponta da língua, respondeu aos questionamentos e rebateu as contestações sem se exaltar. 

Houve menos de 10 interrupções efetivas (contra 43 a Jair Bolsonaro, e 11 com Ciro Gomes) e poucas tentativas de pausar as manifestações do candidato. 

Lula falou várias vezes diretamente com a câmera, atitude que gera intimidade com o telespectador. 

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Duramente criticado pelo deboche em alguns momentos na entrevista com Jair Bolsonaro, Bonner foi protocolar. Riu ironicamente apenas uma vez ao contraditar o petista. 

Assessores temiam pela voz de Lula, que apresentou falhas durante discursos recentes. 

Ele pirragueou logo no início, quando William fazia a introdução, mas conseguiu manter o tom ao longo dos 40 minutos. O corpo de água o ajudou a recuperar o fôlego. 

Lula teve mais liberdade de se expressar do que Bolsonaro e Ciro. Em determinados momentos, parecia em um comício. Os apresentadores poderiam ter sido mais incisivos em alguns trechos. 

"Somos adversários, não inimigos", disse Lula sobre a política; definição vale para o confronto com Bonner e Renata
"Somos adversários, não inimigos", disse Lula sobre a política; definição vale para o confronto com Bonner e Renata
Foto: Reprodução/TV

De acordo com dados prévios, a entrevista começou com 27 pontos no Ibope. Teve pico de 34.  

No geral, marcou média de 31,6. A sabatina com o ex-presidente atraiu menos público do que a entrevista com Jair Bolsonaro, com pico de 37 e média de 32,6 pontos na segunda-feira (22). 

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Quem esperava uma guerra entre Lula e Bonner se frustrou. Prevaleceu o bom senso e o respeito mútuo. 

O petista até se convidou a ir ao ‘JN’ todo mês, para prestar contas, caso seja eleito. 

Para tentar descontrair, o líder de esquerda até brincou sobre futebol, uma paixão dele e do jornalista. 

O corinthiano Lula e o sãopaulino Bonner terminaram a sabatina quase como torcedores adversários que se abraçam quando os times ficam no 0 x 0. 

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