Brasileiro ama falar mal da Globo, mas dá audiência ao canal

Críticas e tentativas de boicote não afetam a liderança e o poder de influência da emissora

28 dez 2017 - 12h47

Qualquer notícia postada a respeito da Globo gera dezenas, centenas, milhares de comentários negativos. Atacar o canal da família Marinho é quase um esporte para muitas pessoas.

Acusam a emissora principalmente de não praticar jornalismo imparcial, impor ideologias liberais nas novelas e exibir conteúdo imbecilizante às crianças e aos jovens.

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Renata Vasconcellos e William Bonner, do ‘JN’: acusação de falta de imparcialidade não prejudica audiência do telejornal.
Renata Vasconcellos e William Bonner, do ‘JN’: acusação de falta de imparcialidade não prejudica audiência do telejornal.
Foto: Reprodução/Facebook/@jornalnacional / Sala de TV

Esse crescente sentimento anti-Globo, acirrado com a polarização política vista nos últimos anos, não tem afetado a audiência do canal.

Ao longo de 2017, o telejornalismo e a teledramaturgia registraram recordes no Ibope, com desempenho superior ao de vários anos anteriores.

Alvo de ataques ferozes, o ‘Jornal Nacional’ chega a atrair numa única edição até 7,5 milhões de pessoas somente na Grande São Paulo. Está com crescimento de quase 3 pontos em relação ao ano passado.

Depois de sucessivas produções problemáticas ou com desempenho insatisfatório, a faixa das 21h da Globo – a de maior público e faturamento da televisão brasileira – hospedou dois sucessos robustos.

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‘A Força do Querer’ elevou a audiência do horário em 35%, de 27 pontos na média geral, conquistados pela irregular ‘A Lei do Amor’, para 36.

A trama atual, ‘O Outro Lado do Paraíso’, sofreu uma correção de rota que resultou em recuperação surpreendente. No ar há dois meses, está com 33 de média e teve capítulos marcando 42.

Apesar do crescimento de usuários de redes sociais, a Globo ainda é considerada o veículo de comunicação mais poderoso do País.

Tanto que recebe a fatia mais generosa das milionárias verbas publicitárias dos governos e de empresas privadas.

Mesmo com a variedade de canais pagos e a força crescente dos serviços de streaming como a Netflix, a emissora carioca ainda se faz presente na vida da maioria da população que consome programação de TV.

Há quem a assista por gostar, outros, apenas por hábito, e existem aqueles que sintonizam o canal tão somente para ter subsídios a fim de falar mal depois.

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Boicotes sugeridos, como o ‘fique um dia inteiro sem ligar na Globo’ nunca apresentaram resultado relevante. O brasileiro não resiste a dar uma espiadinha na Vênus Platinada.

Na comparação com emissoras líderes de outros países populosos como o Brasil, a Globo tem público bem maior e mais fiel. Consequentemente, valioso poder de influência.

Por isso é tão cortejada e temida por quem frequenta o noticiário. Os políticos que o digam.

Assim como muita gente sonha aparecer na Globo pelo status que essa visibilidade representa, tantos outros rezam para não serem merecedores de manchete negativa no canal.

E assim, amada e odiada, a emissora se isola na liderança e manda um recado aos telespectadores: “falem mal, mas falem de mim”.

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