O sábado (7) foi de trabalho dobrado nas redações de TV. Os plantonistas tiveram de compensar a ausência dos colegas de folga para cobrir o início da guerra declarada por Israel contra o grupo islâmico-palestino Hamas após ataques que resultaram em centenas de mortos.
A maioria dos canais brasileiros não tem correspondentes na região. Foram acionados alguns brasileiros que moram no território israelense e em Gaza para relatar o que viam e ouviam, entre eles jornalistas freelancers e acadêmicos.
A cobertura do conflito sangrento foi o assunto principal dos telejornais das emissoras abertas, como Globo e Band, e dominou a programação dos canais pagos. GloboNews, Jovem Pan News, CNN Brasil, Band News e Record News exibiram ao longo do dia inteiro imagens de agências internacionais e ofereceram variadas análises.
A overdose de conteúdo sobre a nova guerra deve prosseguir nos próximos dias. Com isso, o pouco interesse da mídia pela arrastada Guerra da Ucrânia nas últimas semanas deve ficar ainda menor. As notícias sobre o combate entre Putin e Zelensky se tornaram repetitivas após 20 meses de batalhas. O noticiário requer informações frescas, impactantes, capazes de segurar a atenção do telespectador.
Historicamente, guerras sempre impulsionaram a audiência. Para o brasileiro, as cenas de horror nunca vistas aqui despertam interesse em passar horas com a TV ligada. Foi assim, por exemplo, no início dos conflitos bélicos na Síria, Iraque, Bósnia e Golfo. A tecnologia dos armamentos faz as imagens dos ataques se assemelhar a telas de videogame.
A nova guerra em Israel é mais próxima do Brasil do que a da Ucrânia. Há muitos judeus e palestinos vivendo aqui, principalmente na cidade de São Paulo, com parentes e amigos nas zonas de risco. Tel Aviv e Jerusalém são destinos turísticos que atraem numerosos brasileiros. As emissoras aproveitam essa identificação cultural para ganhar uns pontos a mais no Ibope.