Até quem só canta mal no chuveiro é capaz de se empolgar e soltar a voz diante da TV ao assistir à Canta Comigo, novo programa de Gugu Liberato.
Os competidores dos mais variados gêneros musicais capricham no contexto emocional das canções que apresentam à centena de jurados. O roteiro acerta ao humanizar cada participante antes que ele seja avaliado.
A dramaticidade das histórias reais é bem usada como recurso dramatúrgico. Os cantores desconhecidos viram personagens carismáticos e conseguem despertar empatia no telespectador. Afinal, quem nunca sonhou ser um astro?
Quem está do lado de cá da TV fica na expectativa para saber qual será a música e quantos jurados vão se levantar para cantar junto. Cada um deles vale 1 ponto.
Os três cantores com pontuação maior ocupam o pódio. O maior pontuador da noite vai diretamente para a semifinal. O segundo e terceiro lugares se apresentam novamente a fim de disputar a outra vaga na semi.
Questionados por Gugu, os jurados não apenas justificam o porquê levantaram ou não, mas também contam um pouco da própria trajetória de vida e carreira. “Não é obrigatório avaliar a técnica, o importante é se emocionar”, explicou Gugu, simpático como sempre.
Essa interação do apresentador com o júri acrescenta outra dose de sentimentalidade à versão nacional de All Together Now, formato original da Endemol Shine, produtora responsável por outros sucessos da TV brasileira, como o Big Brother Brasil e Show dos Famosos, do Domingão do Faustão.
Na estreia do Canta Comigo, a candidata Naheda Beydoun interpretou a arrebatadora I’ll Be There, de Michael Jackson, e conseguiu a aprovação de todos. Os 100 pontos garantiram a ela um lugar já na final da atração, em setembro. O campeão do programa ganhará 300 mil reais.
Todos que fizerem acima de 70 pontos terão nova chance numa repescagem. No palco, cada eliminação gera aquele ‘ahhh!’ da plateia que faz parte do cenário.
Aliás, impossível deixar de enfatizar o belo trabalho de cenografia. O gigantesco painel iluminado onde ficam os jurados foi montado num estúdio com 1.400 m². Produz impacto visual poucas vezes visto em ‘talent shows’ semelhantes.
O júri é eclético, mistura artistas e anônimos com alguma ligação com a música (há médica veterinária, drag queen, youtuber, otorrinolaringologista...). Entre os famosos estão a eterna rainha dos caminhoneiros Sula Miranda, o rapper Thaíde, a integrante do Fat Family Deise Cipriano, a ex-MTV Penélope Nova, o ídolo do romantismo Gilliard, a comediante Vida Vlatt (intérprete da empregada Ofrásia) e Vinícius D’Black, finalista da sexta temporada de The Voice Brasil.
Não há ser humano que não tenha pelo menos uma canção guardada com carinho na memória. “Sem a música, a vida seria um erro”, escreveu o filósofo e compositor alemão Friedrich Nietzsche.
Algum dos 100 jurados ousaria não se levantar para o grande Nietzsche?
(Canta Comigo, toda quarta-feira às 22h30 na Record TV. Direção de Marcelo Amiky e direção de núcleo de realities de Rodrigo Carelli.)