Jair Bolsonaro não passa uma semana sem criticar “a grande mídia”. “A imprensa mundial é de esquerda”, reclama. Em janeiro de 2021, irritado pela divulgação de milhões de reais gastos pelo governo com leite condensado, ele extrapolou. “É pra enfiar no rabo de vocês da imprensa essas latas”, disse.
Mas nem todo jornalista é antibolsonarista. O levantamento ‘O2 - Opinião de que faz opinião’, feito pelo IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), a Kamplie Comunicação e o Comunique-se 360 mostrou aumento do número de profissionais de imprensa que avaliam positivamente a gestão atual.
As respostas “boa” ou “ótima” subiram de 16% para 22%, entre a pesquisa de setembro e a de dezembro. A opção “regular” caiu de 8% para 4%. “Ruim” ou “péssimo” oscilou de 76% para 75%. Foram ouvidos 168 jornalistas nas cinco regiões do País e alguns que vivem no exterior – 22% dos participantes da pesquisa trabalham em TV.
Os entrevistados também foram questionados sobre a posição política: 19% se declararam de esquerda, 26% de centro-esquerda, 15% são de centro, 12% estão na centro-direita, 10% na direita e 18% preferiram não responder. Esses índices derrubam a teoria bolsonarista de que quase todo jornalista é ‘comunista’ (contém ironia).
Para 70% de quem respondeu a pesquisa, o presidente deveria sofrer um processo de impeachment. Em relação à corrida presidencial deste ano, 58% acreditam que Bolsonaro chegará ao segundo turno.