Após perder sua principal estrela, Daniela Lima, agora na GloboNews, a CNN Brasil suscita ainda mais incertezas a respeito de seu futuro.
A TV inaugurada em março de 2020 acumula prejuízo milionário em suas operações. O dono, Rubens Menin, faz parte do time de empresários bilionários brasileiros. Mas até quando vai colocar dinheiro sem perspectiva de lucro?
Tão delicada quanto a situação financeira e a posição da emissora no ranking de audiência (a quarta colocada entre os canais de notícias) é a dificuldade de imprimir um estilo próprio, ainda que ofereça um jornalismo mais consistente do que as concorrentes, sem o excesso de coleguismo da GloboNews e a ideologização da Jovem Pan News.
O canal de TV da tradicional rádio, aliás, enfrenta também um desafio colossal: sobreviver economicamente à campanha de desmonetização realizada pelo movimento Sleeping Giants Brasil. Sob pressão nas redes sociais, dezenas de marcas deixaram de anunciar nos veículos do grupo JP.
As receitas com publicidade privada são imprescindíveis para viabilizar o funcionamento de uma empresa de comunicação. A propaganda do governo federal é outra fonte importante de faturamento. Vista como bolsonarista e pró-direita, a Jovem Pan não recebeu 1 centavo de Lula em 2023.
A instabilidade desses dois canais beneficia a GloboNews, à frente no Ibope e sem problema de caixa. A emissora foi pouco afetada pelas ondas de demissões do Grupo Globo. Tem reformulado a programação a fim de não perder público.
Para o telespectador, a crise na CNN Brasil e na Jovem Pan News é uma péssima notícia. O ideal seria assistir a uma concorrência forte entre todas as emissoras de notícias. A qualidade do jornalismo aumenta quando há disputa por ‘furos’, melhores análises e reportagens mais elaboradas.
Enquanto isso, Record News e Band News correm por fora, sem a mesma repercussão das demais. Os dois canais contam com o valioso suporte de sua emissora principal (Record TV e Band), o que garante a permanência no ar.