Na semana passada, o baiano Ranieri Santana, participante da última edição do Jogo de Panelas, competição gastronômica do Mais Você, revelou que uma receita de bacalhau ensinada por Ana Maria Braga o salvou do desemprego e da iminência de ser despejado, anos atrás.
Esse tipo de depoimento é comum para Claudete Troiano. A veterana apresentadora, que sempre valorizou a culinária em seus programas, já ajudou incontáveis telespectadores a aumentar a renda familiar com o preparo de doces e salgados.
Sua atração atual, o Santa Receita, na TV Aparecida, exibe cursos rápidos do tipo ‘faça e venda’. Desde o início do ano, o chef Roberto Augusto ensinou a preparar ovos de Páscoa, picles, docinhos de festa e até temperos. Neste mês, o público assistirá a um minicurso de brigadeiros.
Claudete Troiano conversou com o blog a respeito desta iniciativa de tentar ajudar os milhões de brasileiros sem emprego formal.
Qual a importância de usar a TV para instruir o telespectador a empreender?
Eu apresento esse tipo de programa há muitos anos e a experiência me mostrou, até pela comunicação do público comigo, o quanto uma aula de culinária modificou a vida de pessoas que estavam desempregadas. Muitas começaram a fazer uma receita de pão de mel ou pão de queijo, para dar dois exemplos, que a gente ensinou na TV. Com aquele dinheiro das vendas, aumentaram a produção e hoje estão bem financeiramente. Elas conseguiram sustentar a família e garantir o estudo dos filhos. Criamos o quadro pensando no crescimento das escolas de culinária Brasil afora. Só que esses cursos não são baratos. Optamos fazer um minicurso, com cinco aulas por semana, que ensina culinárias temáticas, e é sempre voltado para o que está em alta no momento, naquilo que as pessoas estão consumindo, enfim, o que está mais fácil de vender.
Qual a repercussão do quadro e a reação do público?
O retorno é maravilhoso! As telespectadoras enviam para a produção fotos das coisas que prepararam e mostram o resultado das vendas. Há os que já possuem um pequeno estabelecimento gastronômico, como um bar ou uma doceria, e incluíram itens que aprenderam nos minicursos do Santa Receita. A audiência do quadro é muito boa.
Assiste aos ‘talent shows’ gastronômicos como MasterChef Brasil, Bake Off Brasil e Batalha dos Confeiteiros?
Acompanho, sim. Gosto de conhecer gente nova e já trouxe até alguns participantes ao meu programa. Em décadas de carreira, descobri muitos culinaristas e os lancei na televisão. Se vou a um restaurante e gosto da comida, eu não sossego enquanto não converso com o chef. Dessa forma, levei para a TV muita gente hoje conhecida aí. O Edu Guedes, por exemplo, começou comigo. Na época, ele só fazia sorvete, e eu o incentivei a ir além. Foi assim também com o Francesco Tarallo, da pizzaria Speranza. Ele fez a faculdade de gastronomia e abriu outro restaurante, o Dona Benedita, que oferece muito mais do que apenas pizzas.
Por que a comida passou a fazer tanto sucesso na TV?
A culinária sempre deu certo na televisão, só faltava ser descoberta. Muita gente que encontro, ou que me manda e-mail, diz que a melhor parte do meu programa é a culinária. Mesmo os que não cozinham gostam de assistir. Eu acho que é a imagem que atrai. A TV tem esse poder de encantar as pessoas. Eu brigo muito no estúdio, pois sempre quero panela quente no fogão, saindo fumacinha. É que fumacinha representa comida de verdade. Panela fria na TV não atrai. Eu gosto de ver, fazer e comer.
(No ar desde 2014, o Santa Receita, com Claudete Troiano, vai ao ar de segunda a sexta, a partir das 15h00, na TV Aparecida.)
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