Com mais de trinta trabalhos na TV em quase vinte anos de carreira, Daniele Suzuki colaborou para ampliar a visibilidade de orientais no mais poderoso veículo de comunicação do País.
Mas a artista, de 40 anos, afirma que muitos brasileiros ainda não se sentem representados na teledramaturgia. Outra crítica que faz é sobre a escassez de atrações voltadas ao telespectador mirim nos canais abertos.
No momento, ela dá um tempo nas novelas para se dedicar a um projeto pessoal: um longa documental sobre a dolorosa realidade de crianças refugiadas. O filme, ainda sem data de estreia, chama-se ‘S.Ó.S’.
Ainda neste semestre, o público da TV Brasil poderá vê-la em ‘Baile de Máscaras’, série em 13 episódios com foco no marketing sujo praticado nos bastidores de uma campanha política.
Enquanto curtiu dias de férias no Rancho do Peixe, em Jericoacoara, no Ceará, onde praticou kitesurf, a artista conversou com o blog a respeito de sua carreira e do universo artístico.
Não ter vínculo a longo prazo com uma emissora de TV é uma opção artística?
Compromisso fixo eu tenho com cada trabalho a ser executado em qualquer canal. Não ter um contrato longo agora é sim uma opção profissional. O mercado da TV e do cinema é muito grande no mundo inteiro e acredito que diversificar e buscar novos horizontes nos traz amadurecimento, amplia nossa criatividade artística, nos enriquece por permitir realizar também nossos próprios projetos.
Já se realizou como atriz ou ainda falta algo?
Minha carreira como atriz, assim como a de apresentadora, me deixa eternamente insaciável. Estarei sempre aprendendo coisas novas. Nesse momento, estou me ampliando para exercer outras funções dentro da dramaturgia. Dirigir é algo que sempre desejei e, de alguns anos para cá, tenho mergulhado nesse desejo com mais intensidade. Então reservei esse momento da vida para me dedicar a isso.
Como decidiu se tornar diretora?
Há alguns anos fui a Nova York estudar direção e, paralelamente ao meu trabalho de atriz, dirigi alguns curtas metragens. O último filme, para a felicidade de toda equipe, foi bastante premiado no Brasil e no exterior. Então percebi que a brincadeira estava ficando séria (risos). Finalmente, ano passado, organizei meu tempo, entre tantas viagens, e agora estou dirigindo um longa documental sobre crianças refugiadas.
O que sente falta na TV?
Sinto muita falta de programação para crianças. Cada vez mais percebo que o universo infantil é colocado de lado pelas emissoras. Isso me deixa profundamente triste, porque as crianças que não têm acesso à TV a cabo assistem aos programas feitos para adultos.
Você foi uma das atrizes de origem oriental que mais se destacaram na teledramaturgia. Os orientais precisam ter mais espaço na TV?
Acho importantíssimo ter a maior variedade possível de etnias na TV, até porque moramos no País onde existe uma gigantesca variedade de culturas e misturas. Quanto mais a televisão estiver aberta a essa diversidade, maior será seu público porque todos querem se identificar com alguém na TV. Na minha opinião, a televisão brasileira ainda anda devagar nesse sentido.