Parece que a lua de mel entre José Luiz Datena e a produção do ‘Tá na Hora’ chegou ao fim. Um mês após a estreia, e de volta da folga de fim de ano, o âncora se irritou ao vivo enquanto entrevistava o delegado do Denarc Fernando Santiago.
“Agora eu virei marionete aqui, viu, doutor Fernando. Os caras estão passando pergunta para eu fazer”, reclamou. “Depois de 52 anos de jornalismo, eu sou obrigado a passar por situações que eu pensei que não ia passar mais na televisão brasileira.”
Nos telejornais, é comum o diretor ou editor presente no switcher (a sala de controle) sugerir questões ou comentários ao apresentador usando o ponto eletrônico, aquele aparelho de áudio usado no ouvido.
Não há nada de desrespeitoso nisso, muito menos de desmerecedor ao âncora que recebe as informações. Pelo contrário: o objetivo da equipe é auxiliar o jornalista diante das câmeras. Neste caso, do ‘Tá na Hora’, obter mais dados do entrevistado sobre o assunto.
Datena tem longo histórico de atritos com a produção dos programas que comandou. Seu pavio curto é famoso e temido. Em sua estreia no SBT, por exemplo, ele chamou a atenção do diretor de TV, responsável por selecionar as imagens, quando narrava uma ocorrência ao vivo.
“Eu preciso aparecer de vez em quando aqui para dar um tchau para o pessoal do SBT”, brincou em tom crítico, após alguns minutos fora da tela do canal.
Pequenas polêmicas à parte, o ‘Tá no Ar’ registra animador crescimento de audiência desde a chegada de Datena. Frequentemente, vence o antigo programa dele, o ‘Brasil Urgente’, da Band, apresentado por seu filho Joel Datena.