“Perdoe os seus inimigos, nada pode irritá-los tanto.” Após a suposta agressão, Davi preferiu denunciar Wanessa e precipitar a expulsão da cantora. Livrou-se da grande adversária, porém, perdeu uma peça importante de seu jogo faltando muito tempo para o fim do ‘BBB24’.
O mais adequado seria se colocar numa posição superior, desculpá-la diante das câmeras e assistir à derrota dela em um Paredão. Melhor ainda se os dois estivessem na mesma berlinda, como aconteceu com Arthur Aguiar e Jade Picon no ‘BBB22’. Há sabor especial em derrotar o inimigo em iguais condições – e sob o julgamento do público, não a partir de uma decisão burocrática da direção do programa.
A desclassificação de Wanessa gerou compreensível questionamento em fração considerável dos telespectadores. Foi mesmo um tapa? Houve intenção de machucar? A dúvida que polarizou as redes sociais nos últimos dias tira parte do brilho de eventual vitória do motorista de aplicativo.
Ao se colocar no papel de vítima, ele dá munição a quem o vê como beneficiário do ‘coitadismo’. Além disso, a exclusão de Wanessa pode reduzir a visibilidade de Davi na competição, já que ele perde o principal antagonista. Ninguém é tão interessante brigando sozinho ou com opositores fracos.
O ‘Big Brother’ é manipulado para apresentar uma narrativa novelesca. Neste contexto, é imprescindível ter um ou mais vilões. A saída precoce de tal perfil de participante enfraquece o programa. Foi o que ocorreu quando o ‘BBB20’ perdeu Felipe Prior, o ‘BBB21’ ficou sem Karol Conká e houve a eliminação de Fred Nicácio no ‘BBB23’.
Ainda que desagradáveis, eles tinham função revelante para dinamizar o reality. Tanto os competidores ‘bonzinhos’ quanto o público votante precisam ter sangue-frio – ou, se preferir, inteligência emocional – para não descartar os competidores indesejáveis antes da hora certa. Definitivamente, a vingança é um prato que deve ser comido frio. Davi se lambuzou cedo demais.