Fundador da Globo, Roberto Marinho dizia que em TV ninguém é insubstituível. Pode até ser verdade, mas fica difícil imaginar alguém para ocupar a função de Galvão Bueno na emissora.
Ele deixou de ser um locutor esportivo, virou um showman. Uma máquina de memes com suas tiradas cômicas, gafes e discursos inflamados. Personagem de si mesmo.
Ao fim do contrato, em dezembro, o jornalista estará livre no mercado. Ele e a emissora onde trabalha desde 1981 – ficou fora de março de 1992 a março do ano seguinte, quando esteve na extinta Rede OM – vão conversar futuramente sobre um acordo temporário para a cobertura da Olimpíada de Paris, em 2024.
Tudo indica que Galvão não aceitaria eventual convite da concorrência, especialmente da Record TV, do SBT e da Band, que agora são rivais diretos da Globo com importantes transmissões esportivas. O locutor se mostra fiel ao clã Marinho.
O veterano sai do canal sem realizar um grande sonho profissional: ser apresentador de uma atração ao estilo ‘Domingão do Faustão’. O desejo era de conhecimento de amigos íntimos.
Tornou-se público em agosto de 2021, quando vazou um áudio no intervalo da exibição de uma partida da Seleção. “Quero um programa pra mim domingo”, disse à equipe de produção.
Galvão chegou perto disso com o quadro ‘Na Estrada com Galvão’, que estreou em março de 2009 no ‘Esporte Espetacular’. Em suas viagens pelo planeta, ele entrevistava grandes nomes do esporte.
Ficou no ar por dez anos. Chegou a ter o patrocínio de uma montadora de automóveis. As gravações foram interrompidas no início da pandemia de covid-19.
Amado por muitos e detestado por tantos outros, Galvão Bueno possui inegável carisma e presença magnética na TV. Uma aposentadoria aos 71 anos seria precoce. Ainda pode render muito no jornalismo e no entretenimento.