Ocorrida na terça-feira (13), a demissão de Cecília Flesch, após a repercussão de uma entrevista com observações sobre o canal e sua rotina no estúdio, ainda provoca ruído nos bastidores da GloboNews.
O Sala de TV conversou com jornalistas das redações do Rio e de São Paulo a respeito da polêmica. Há diferentes climas na emissora. Quem não gostava da âncora do ‘Em Ponto’ por sua irreverência no ar e a personalidade forte comemorou o desligamento.
Outros enxergam a demissão como oportunismo: a direção do canal teria usado a interpretação da conversa ao podcast ‘É Nóia Minha?’, quando ela soltou frases controversas – “(A GloboNews) Tá um saco. Só tem política e economia”, foi a que mais irritou os chefes – como argumento perfeito para reformular o telejornal da manhã, enfraquecido por sucessivas derrotas para a Jovem Pan News no Ibope.
Houve um estranhamento interno pela demora da cúpula em se posicionar sobre o episódio do podcast, disponibilizado no Spotify em 27 de abril. A reação aconteceu somente 46 dias depois, a partir da matéria postada no ‘TV Pop’ na tarde de segunda-feira (12). A direção não sabia ou tinha ignorado o conteúdo da entrevista até então? Dúvida no ar.
A demissão de Flesch, com 18 anos de casa, alimentou a rixa entre as redações do Rio e de São Paulo da Globo e GloboNews. Trabalhando havia apenas 11 meses na sede paulistana, a jornalista carioca era “uma estranha no ninho na Berrini”, nas palavras de uma fonte do blog, citando a avenida onde fica a sede dos canais em SP.
Muitos profissionais torceram o nariz quando ela foi transferida do Rio para suceder a Julia Duailibi em julho de 2022. Preferiam outra apresentadora de São Paulo. Os incomodados agora festejam: Mônica Waldvogel comandará o ‘Em Ponto’ ao lado de Tiago Eltz.
Depois dos recorrentes panos quentes, com direito a comunicado floreado da GloboNews, Cecília Flesch disse em algumas entrevistas que suas declarações no podcast foram entendidas incorretamente. Na avaliação deste blog, a apresentadora verbalizou problemas do canal que muita gente pensa, mas não tem coragem de dizer por temer retaliação.