Um Curinga. Assim pode ser definida Leila Sterenberg. Na GloboNews, a jornalista apresentava telejornais, comandava atrações de debates, fazia reportagens especiais e tradução simultânea de diferentes idiomas. Foi demitida na terça-feira (4) após 23 anos na GloboNews. Antes, trabalhou 2 anos na Globo Brasília.
Em 8 de janeiro, ela dividiu o comando da maratona de cobertura dos ataques contra os palácios dos Três Poderes na capital federal, na transmissão simultânea da Globo e GloboNews. Fez do domínio ‘ao vivo’, sem roteiro e com imprevistos, sua marca registrada. Poucos profissionais de vídeo demonstram tamanha versatilidade como essa carioca de 51 anos.
Enquanto jornalistas com bem menos tempo de GloboNews se tornaram titulares de atrações de destaque, Leila demorou a conseguir ficar fixa à frente de uma atração do hard news. Em maio do ano passado, ela assumiu o comando do ‘Especial de Domingo’. Ao longo da semana, era escalada para cobrir folgas, férias e eventuais faltas dos colegas em outros programas.
Sua trajetória inclui coberturas históricas, como o sequestro do ônibus 174, os ataques terroristas aos EUA em 2001 e o Acordo de Paris sobre o clima. Fez séries de reportagens, matérias especiais no exterior e entrevistas com personalidades estrangeiras, de políticos a celebridades. Descendente de judeus que vieram para o Brasil fugindo do nazismo na Europa, ela produziu conteúdos relevantes a respeito do tema para a TV.
A dispensa de uma profissional tão polivalente surpreendeu a redação do canal no Rio. A apresentadora entrou na lista de cortes onde foram incluídos colegas igualmente experientes como Mônica Sanches, Eduardo Tchao e Marcelo Canellas. O Grupo Globo promove uma onda de demissões de jornalistas a fim de gerar economia e diminuir o impacto do prejuízo registrado no balanço financeiro nos últimos dois anos.