Demissões e mudanças na Jovem Pan News e CNN Brasil servem de alerta à GloboNews

Canais concorrentes na TV paga precisam sair da zona de conforto, fidelizar público e atrair mais anunciantes

2 dez 2022 - 08h12
(atualizado às 16h45)

Todo fim de ano acontece o 'passaralho', termo para as numerosas demissões em consequência do balanço financeiro das empresas de comunicação.

Deu prejuízo? O lucro foi baixo? Precisa cortar custos para fazer investimentos no ano que vai começar? Simples: manda-se jornalistas embora.

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Desta vez, a triste tradição ganha novos contornos com as movimentações na Jovem Pan News e na CNN Brasil.

O canal alinhado a Jair Bolsonaro sentiu o peso da derrota do presidente nas urnas. Seu dono, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, foi rápido na tentativa de desvinculação.

Saíram da emissora alguns dos maiores defensores do bolsonarismo raiz, como Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Guilherme Fiuza e Carla Cecato.

Aqueles que permanecem no ar foram orientados a evitar ataques virulentos contra Lula e o STF. O contundente discurso de direita foi suavizado na maior parte da programação.

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A Jovem Pan News sofreu um baque com a suspensão da monetização de seus vídeos no YouTube por ferir o protocolo da plataforma contra a disseminação de desinformação.

Caso a punição seja mantida, a emissora poderá deixar de faturar em torno de R$ 1,5 milhão por mês. Para compensar a queda nas receitas, o departamento comercial busca novos anunciantes para os intervalos.

Entre os dispensados, Augusto Nunes e Carla Cecato, da Jovem Pan News; Boris Casoy e Monalisa Perrone, da CNN Brasil
Entre os dispensados, Augusto Nunes e Carla Cecato, da Jovem Pan News; Boris Casoy e Monalisa Perrone, da CNN Brasil
Foto: Reproduções

Perto da sede da Jovem Pan, também na Avenida Paulista, está instalada a CNN Brasil. O canal do bilionário Rubens Menin passa por profunda reformulação.

No dia 21 de novembro, a CEO Renata Afonso se demitiu. A partir daí, o novo presidente-executivo, João Camargo, determinou demissões, redução de custos e mudança na linha editorial.

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A lista de dispensados inclui Monalisa Perrone, Boris Casoy, Gloria Vanique, Leandro Karnal, Kenzô Machida, Marcela Rahal e Sidney Rezende.

Algumas atrações do bloco 'soft' (notícias leves), implementado por Renata, serão substituídas por programas de 'hard news' (notícias do momento). A ordem é priorizar as informações sobre política e economia.

A cúpula da CNN Brasil quer se recuperar no Ibope, onde foi ultrapassada pela Jovem Pan News, e ampliar o faturamento com publicidade.

As mudanças nas concorrentes servem de alerta para a GloboNews. Apesar de ser líder no ranking de audiência, a emissora não é inalcançável.

Recentemente, a Jovem Pan News conseguiu encostar em seus índices de público em dias isolados. A concorrência na TV paga está mais empolgante do que entre as emissoras de sinal aberto.

Ainda que tenha promovido algumas novidades, como o vespertino 'GloboNews Mais', o canal de notícias da Globo peca pela falta de ousadia em sua grade.

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Há exagerada repetição de matérias nos diferentes telejornais e a maioria dos comentaristas diz basicamente a mesma coisa. Falta pluralidade e confronto de ideias.

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