O principal critério para as demissões no jornalismo da Globo e GloboNews é o salário alto vinculado ao tempo de casa. Repórteres veteranos encabeçam a lista de dispensas.
Há um perfil de profissional que está menos suscetível aos cortes do RH: o jornalista com fontes quentes, aquele que dá a notícia em primeira mão, o ‘furo’ no jargão da imprensa.
As emissoras não querem mais apresentadores que apenas leem as informações no teleprompter. Teoricamente, qualquer um pode cumprir essa função. Esperam uma contribuição maior ao noticiário.
Os chefes de redação valorizam cada vez mais os profissionais que conseguem dados exclusivos para ‘furar’ as TVs concorrentes. Para isso, uma agenda com contatos poderosos é imprescindível.
Alguns exemplos. Na Globo, César Tralli e Renata Lo Prete. Na GloboNews, Camila Bonfim, Julia Duailibi, Natuza Nery e Marina Franceschini. Na CNN Brasil, Daniela Lima, Caio Junqueira e Raquel Landim.
Esses jornalistas mantêm o espírito de repórter: correm atrás da informação dia e noite. Sempre ‘esquentam’ as pautas ao vivo com dados colhidos nos bastidores. Não se acomodaram com a posição privilegiada diante das câmeras.
Já aqueles que só chegam na hora de apresentar e estão mais preocupados com o figurino e a maquiagem do que com as manchetes da edição devem atualizar o currículo por precaução. Correm o risco de ser substituídos por profissionais com salário menor.