Imagine não trabalhar por 1, 2 anos e continuar a receber um alto salário todo mês. Isso aconteceu por décadas com atores do elenco fixo da Globo. Durante as férias, entre uma novela e outra, eles recebiam para serem exclusivos do canal.
Esse privilégio acabou. Hoje, menos de 30 atores têm contrato de longa duração. A maioria não teve o vínculo renovado e entrou no esquema de ‘obra certa’, ou seja, vai receber apenas se for contratado para uma determinada produção.
Ao fim das gravações, o artista está liberado. Terá de ficar em casa à espera de novo convite (que pode demorar semanas, meses, anos) ou correr atrás de novas oportunidades, como as séries em canais pagos e nas plataformas de streaming.
Para gastar menos, a Globo passou a preencher os elencos com atores novatos ou desconhecidos do público. Eles têm salários bem menores do que aqueles com status de celebridade.
Um iniciante em televisão vibra ao receber R$ 20 mil mensais para interpretar um personagem com muitas falas na maior emissora do país, enquanto um ator experiente não aceita trabalhar por valor tão inferior ao que ganhava anteriormente.
Antes, uma novela tinha 1, 2, no máximo 5 ‘lançamentos’, ou seja, atores estreando na TV ou com papel relevante pela primeira vez. Agora são muito mais. Essa maior abertura aos novos talentos – produzindo saudável renovação – é o ponto positivo da atual fase da emissora.