Protagonizar uma novela na Globo pode ser o ápice de satisfação na vida de um ator, mas também uma tortura interminável.
Taís Araújo, por exemplo, ficou “emocionalmente desestruturada” com a rejeição à personagem Helena em ‘Viver a Vida’, de 2009.
O mesmo sofrimento viveu Adriana Esteves ao estrelar a segunda fase de ‘Renascer’ em 1993. Sua Mariana não agradou ao público.
Ambígua e colocando pai contra filho (Zé Inocêncio e Zé Pedro), a misteriosa forasteira piorou a fragilidade sentida pela atriz, então com 23 anos, em razão do fim de seu primeiro casamento.
As duras críticas de telespectadores e de parte da imprensa contribuíram para uma tristeza prolongada associada ao cansaço pelo ritmo intenso de gravações. “Eu não tinha maturidade”, disse a artista ao ‘Estadão’.
Após o fim de ‘Renascer’, Adriana Esteves recebeu o diagnóstico de depressão. Passou a tomar medicamento e fazer psicoterapia. Precisou se afastar dos estúdios por um tempo.
A direção da novela das 19h ‘Quatro por Quatro’ conseguiu convencer a artista a fazer o papel da espevitada Babalu. Mas, sem condições físicas e emocionais de encarar uma protagonista cômica, ela pediu para sair da produção após gravar algumas cenas.
Testes com várias candidatas menos experientes revelaram Letícia Spiller, até então conhecida como paquita da Xuxa. Logo de cara, a ex-Pituxita conquistou os telespectadores com uma atuação divertida e convincente. Virou estrela da TV.
Adriana Esteves só voltou a protagonizar outra novela quatro anos depois, em ‘A Indomada’. Fortalecida, emplacou um sucesso atrás do outro. Destaque para as vilãs Sandrinha (‘Torre de Babel’), Carminha (‘Avenida Brasil’) e Thelma (‘Amor de Mãe’).
No fim de 2023, a veterana atendeu a uma ligação de Thereza Fonseca, a Mariana do remake de ‘Renascer’. Conversaram a respeito da complexidade do papel e da importância da preparação mental para enfrentar possível reação negativa dos noveleiros. Adriana deu um conselho à jovem atriz: “Tenha uma psicóloga”.
Atenção: em caso de sofrimento emocional, você pode ligar gratuitamente para 188. Os atendentes do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão disponíveis 24 horas para conversar, sem julgamentos ou críticas, respeitando os sentimentos de quem procura ajuda. Busque tratamento especializado com psicólogo ou psiquiatra para garantir sua saúde mental.
