“Desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem”, sentenciou o jornalista, dramaturgo, escritor e ícone gay Caio Fernando Abreu (1948-1996).
Apertar o botão de desistência para deixar o ‘Big Brother Brasil 22’ foi, sem dúvida, o gesto mais nobre de Tiago Abravanel em 41 dias de programa. Foi a tal saída honrosa.
Caso não tivesse deixado a casa, provavelmente estaria no Paredão a ser formado neste domingo (27), já que era o alvo escolhido de Jade e seus aliados do quarto Lollipop.
O cantor e ator, de 34 anos, foi uma das maiores decepções desta edição. Houve excesso de expectativa em relação a seu comportamento e ao desempenho como jogador.
Aqui fora, ele sempre exalou empolgação e atitude. Sua ‘lacração’ no ‘Super Dança dos Famosos’, em 2021, reforçou essa imagem. Mas o artista eletrizante visto no palco e diante das câmeras, às vezes, é bem diferente da ‘pessoa física’.
No ‘BBB22’, Tiago teve uma performance monótona. Não queria se comprometer. Fugia dos conflitos e das jogadas. Dizia que o reality deveria priorizar “as relações” entre os competidores, e não a rivalidade pela sobrevivência e o prêmio. Demonstrava pânico com a possibilidade de ser ‘cancelado’ por alguma declaração, algum gesto.
Frustrou os telespectadores. Deixou o público ‘chupando dedo’. Entrou como um dos favoritos à vitória – inclusive com a benção do avô, Silvio Santos, e o apoio informal do SBT – e saiu sem ter protagonizado nenhum momento relevante. Nada especial a ser lembrado.
Nos últimos dias, sentiu-se discriminado e isolado ao não ser escolhido por ninguém para fazer a última Prova do Líder. Parece ter sido o estopim de uma crise emocional e de inegável desinteresse em participar da disputa.
Sai do ‘BBB’ mais famoso do que entrou, porém, menos admirado. O tempo vai curar suas dores. Logo o público vai parar de julgá-lo. Fica a lição para a equipe que escala os famosos do ‘Camarote’: um artista dinâmico nem sempre é um jogador voraz.