Ernesto Neves e Sofia Cerqueira, da ‘Veja’, conseguiram excelente entrevista com o diretor dos Estúdios Globo, Amauri Soares, principal executivo da emissora abaixo dos membros da família Marinho.
Ele confirma que a busca por redução de custos fixos foi determinante para o encerramento da maioria dos contratos longos com atores. Era “insustentável” pagar salário a quem não estava no ar. Revela o critério para a renovação com alguns privilegiados.
“Quem permanece no velho modelo? Os profissionais mais experientes, que chamamos aqui de talentos vitalícios, seguem intactos. São uns trinta atores e atrizes nesse regime, entre eles Ney Latorraca, Susana Vieira e Ary Fontoura”, diz.
“E ainda tem outro time, com Cauã Reymond, Adriana Esteves, Taís Araujo. Esses têm contratos longos porque se encaixam em elencos de séries, filmes e novelas. Vale a pena.”
Amauri comentou o boato de que um desentendimento com o diretor Boninho, do ‘BBB’ e outros programas, teria resultado na saída dele do canal. “Não houve briga. O contrato dele venceria no fim do ano, conversamos e avaliamos que o ciclo dele como executivo havia se encerrado”, conta.
“Boninho completou sua missão e já tinha até sucessor. Fui muito sincero na carta de saída dele. Até propus que continuasse como talento, podendo, por exemplo, ter um quadro em que comentasse o BBB. Mas ele não quis.”
O chefão da Globo foi questionado também sobre as críticas ao desempenho de sua ex-mulher, Patrícia Poeta, no comando do ‘Encontro’. Ele negou protecionismo.
“Quando a Patrícia assumiu (no lugar de Fátima Bernardes), eu não era o diretor dos Estúdios Globo. Essas decisões, portanto, não foram tomadas por mim. Já não sou casado com a Patrícia há mais de cinco anos. Ela tem a carreira dela e faz um trabalho muito bem-feito, com excelentes resultados publicitários e de audiência. Nunca questionei sua qualidade.”