Gerou repercussão planetária a demissão da maior e mais polêmica estrela do telejornalismo da Fox News, Bill O´Reilly, de 67 anos.
O âncora e comentarista político, aliado do presidente Donald Trump, perdeu o posto poderoso após a revelação de um acordo de 13 milhões de dólares (cerca de 41 milhões de reais) com mulheres que o acusaram de assédio moral e sexual nos bastidores da emissora.
De linha editorial conservadora, a Fox News foi cenário de escândalo semelhante no ano passado. Dias após ser dispensada, a apresentadora Gretchen Carlson acusou o CEO do canal, Roger Ailes, de assédio.
A denúncia incentivou dezenas de outras funcionárias e ex-contratadas a também denunciarem o chefão da emissora pelo mesmo crime.
Pressionado, ele se demitiu. Semanas mais tarde, Gretchen fez um acordo extrajudicial e retirou o processo no qual exigia o equivalente a 63 milhões de reais de indenização.
Em janeiro, os americanos acompanharam outro caso ruidoso: a âncora Karla Amezola divulgou nas redes sociais vídeos e áudios do assédio sofrido por meses do vice-presidente de jornalismo da Estrella TV, emissora voltada aos telespectadores hispânicos.
A jornalista relatou ter perdido o cargo de âncora por não aceitar manter relações sexuais com o executivo. Nas muitas horas de gravações usadas como provas do assédio, Andrés Angulo faz explícitas propostas íntimas e, diante das recusas, humilha a vítima.
Outra repórter da Estrella TV relatou ter sido alvo de ataques sexuais de Angulo. Durante algumas semanas, ele fez o possível para permanecer na cúpula do canal, mas acabou pedindo demissão.
No Canadá, uma maquiadora denunciou o premiado âncora Chris Gailus, do canal Global News. Ela disse ter sido tocada nas partes íntimas várias vezes enquanto maquiava o apresentador, além de receber convites para sexo. O caso está na Justiça. O denunciado continua a trabalhar diante das câmeras.
Recentemente, a Federação Internacional de Jornalistas exigiu uma investigação oficial dos episódios de assédio sexual contra apresentadoras da PTV, a emissora estatal do Paquistão.
Coagidas, as vítimas retiraram as queixas na polícia, mas o escândalo já havia ultrapassado as fronteiras do País. O acusado, um diretor do canal, enfrentará a Justiça.
Até no Irã, sob o rígido regime moral imposto pelos aiatolás, as mulheres que trabalham em TV sofrem este tipo de violência.
A âncora Sheena Shirani foi obrigada a deixar o país depois de denunciar o assédio contínuo de um gerente da Press TV. Lá, a vítima é quem acabou punida.