Nos últimos dias, o sadismo da internet foi alimentado por dois vídeos com situações inusitadas que servem para desconstruir o imaginário popular sobre a televisão.
Um vazamento interno expôs a apresentadora Christiane Pelajo, do ‘Edição das 16h’, da GloboNews, em momento de revolta por problemas de áudio no estúdio.
Em um link (transmissão ao vivo) no ‘Jornal da Globo’, a repórter Flávia Jannuzzi pediu “perdão” por ter tido um ‘branco’ ao informar a respeito de variantes do coronavírus.
Os dois casos servem para humanizar a figura do jornalista de TV – suscetível a erros como qualquer pessoa – e mostrar que o telejornalismo é feito sob intensa pressão.
Quem vê tudo ‘perfeito’ na imagem que chega na tela de casa não imagina a operação de guerra nos bastidores para colocar um jornal no ar.
O âncora ou repórter diante da câmera precisa controlar o nervosismo natural e se comunicar com os técnicos e produtores enquanto tenta se manter concentrado.
No caso de Christiane Pelajo, ela estava ‘às cegas’ no estúdio, sem ouvir o que estava sendo exibido na emissora. Consequentemente, não poderia comentar nem interagir.
Tirada de contexto, a irritação da jornalista gerou julgamentos a respeito de seu comportamento com colegas e foi politizada nas redes sociais por críticos da Globo e GloboNews.
Ainda que tenha havido excesso na maneira de falar, a apresentadora estava com a razão ao reclamar da falha: como conduzir um programa ao vivo sem saber o que acontece?
O episódio com Flávia Jannuzzi foi baseado também no estresse. Bastou um segundo de distração para perder a linha de raciocínio e se deixar dominar pelo nervosismo.
Por sorte, a repórter contou com a solidariedade de Rodrigo Bocardi. Âncora substituto no ‘JG’, ele estava atento e fez uma análise do assunto enquanto a jornalista se recuperava do lapso.
Os profissionais que fazem TV ao vivo experimentam um misto de sensações. A euforia vem sempre acompanhada de tensão.
O dinamismo facilita a ocorrência de gafes. E assim, com acertos e erros, o show da notícia não pode parar.