Na GloboNews, a comentarista de política Natuza Nery, conhecida por dar notícias em primeira mão e ter contato direto com as maiores lideranças do País, revelou que a pré-campanha de Lula à Presidência vive um conflito interno.
De um lado, o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto. No outro, o coordenador de Comunicação da pré-campanha, Franklin Martins. Enquanto eles se desentendem, o ex-presidente vê suas inserções na TV serem criticadas por conteúdo e linguagem pouco empolgantes.
Em participação no ‘Edição das 18h’, Natuza afirmou que a campanha de Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição, saiu na frente por se mostrar mais eficiente do que o marketing de Lula. Recentes pesquisas de intenção de votos mostram uma diferença cada vez menor entre os dois candidatos.
Amigo pessoal do petista, Franklin Martins tem um perfil peculiar. O capixaba, hoje com 73 anos, foi líder estudantil e militante socialista. Participou de um dos episódios mais dramáticos da ditadura: o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969, por um grupo de guerrilheiros de extrema-esquerda.
Exilou-se no Chile, em Cuba e na França. Fez graduação em Ciências Sociais na Universidade de Paris. Voltou ao Brasil após a anistia. Trabalhou como comentarista político no ‘Jornal Nacional’ e ‘Jornal da Globo’, de 1997 a 2006.
Na sequência, foi para a Band, onde também participava de telejornais. Saiu para integrar o governo Lula. Como ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), ele comandava as relações com a imprensa, a publicidade oficial e o projeto de criação de uma nova emissora pública estatal, a TV Brasil.
Em julho de 2020, ao ser entrevistado pelo portal ‘Brasil 247’, Franklin Martins criticou sua ex-empregadora. “Os dois maiores partidos políticos do Brasil são o PT e a Rede Globo”, disse.
O veterano jornalista afirmou que “a TV Globo se construiu a partir de uma posição quase monopolista dentro dos meios de comunicação” e acusou a TV da família Marinho de passar “os últimos anos querendo destruir o PT e não conseguindo.”
Depois, em uma live, ele voltou a atacar a emissora ao opinar sobre a eleição deste ano. “A Globo gostaria de construir um candidato que não fosse o Lula e pudesse derrotar o Bolsonaro, mas o Bolsonaro tomou grande parte do eleitorado que a Globo foi cativando, formando, dentro do processo de perseguição e golpe (contra o PT).”