A competência de Daniela Lima tem sido ofuscada por um estilo equivocado de conduzir o ‘Conexão GloboNews’. Devido ao seu jeito impositivo, um desavisado pode acreditar que ela é a âncora principal e as apresentadoras de Brasília e do Rio são meras comentaristas sob o seu comando. Teoricamente, todas deveriam ter o mesmo peso no telejornal.
Na quarta-feira (7), a maneira irônica como respondeu a um pedido de Camila Bomfim por explicação detalhada de um assunto, dando a entender que a jornalista do DF estava desatualizada, repercutiu mal nas redes sociais, na imprensa e na própria emissora. Suscitou impressão de arrogância e expôs a colega a constrangimento.
Os estilos de ambas são gritantemente opostos. Daniela costuma ter um tom de voz acima do necessário. Às vezes, na ânsia de informar em primeira mão, produz alarmismo a ponto de deixar o ‘Conexão’ parecido com os programas policialescos de fim de tarde.
A notícia deve falar por si. Nenhum apresentador precisa dar tanta ênfase a fim de impressionar o público. Da escola tradicional, Camila não se altera nem quando passa um ‘furo’ no ar ou é atrapalhada pelas recorrentes tentativas de fazer piada do comentarista Valdo Cruz, com quem divide o estúdio na capital federal. Esse equilíbrio é mais apropriado à condução do noticiário.
No dia 30 de janeiro, Daniela Lima fez um pedido de desculpas ao vivo por dar uma notícia errada na edição anterior a respeito da operação de busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro. Faltou checagem da informação ou ela se deixou induzir a erro por alguma fonte. A pressa em informar antes dos canais concorrentes pode gerar esse tipo de equívoco grave.
No geral, alguns apresentadores e comentaristas da GloboNews exageram na informalidade. Há quem se mostre mais preocupado em falar da vida privada e provocar risos nos colegas do que entregar aquilo que o assinante paga para receber: análises consistentes e o debate de ideias.
Em TV, o jornalista nunca deve aparecer mais do que a notícia. Não pode haver espaço para exibicionismo. E a inevitável guerra de egos entre apresentadores de uma mesma atração precisa ser resolvida atrás das câmeras, longe do conhecimento do telespectador.