Há em curso um boicote contra a GloboNews?
A pergunta surge no rastro da queda da emissora no Ibope.
De janeiro a março, cerca de 20% dos telespectadores debandaram. Índice preocupante.
O revés coincide com o início do mandato de Jair Bolsonaro.
Ele, como se sabe, elegeu o Grupo Globo como seu principal inimigo na mídia.
A rejeição imposta por bolsonaristas pode sim afetar o desempenho da GloboNews.
Mas existe um fator que melhor explica essa descida no ranking.
Os telejornais da GloboNews estão tomados por reprises – às vezes, reprise da reprise.
Ao longo do dia, exibe-se o mesmo material próprio várias vezes, além de usar o da Globo.
Nota-se produção jornalística insuficiente para preencher as muitas horas de ‘ao vivo’.
É comum um canal de notícias transmitir uma matéria algumas vezes em curto espaço de tempo, principalmente quando se trata de pauta factual.
Contudo, na GloboNews, esse recurso tem sido explorado além do aceitável.
Com tantas opções na programação, qual telespectador vai querer ver de novo o que ainda está fresco na memória?
A GloboNews deveria investir na ampliação de seu time de comentaristas de política, economia e cultura.
Esse é o futuro viável ao telejornalismo: opinião, análise, debate.
A notícia em si já virou domínio da internet, infinitamente mais ágil que a televisão na função de informar.