Aconteceu de novo. Aliás, já perdemos a conta de quantas vezes. Um cidadão se deparou com um repórter da Globo fazendo uma entrada ao vivo e aproveitou para soltar um “Fora Bolsonaro”.
No ‘Jornal Hoje’ de sábado (2), Philipe Guedes falava da Bienal do Livro de SP quando um rapaz surgiu atrás e se manifestou contra o presidente. O jornalista fingiu naturalidade e seguiu em frente.
O grito politizado gera polarização contra outro protesto, o “Globo lixo”, dito em voz alta diante de câmeras da emissora. Uma ocorrência recente surpreendeu Bernardo Bortolotto no ‘SPTV’.
Um homem se posicionou ao lado do repórter e começou a falar mal da emissora. Incomodado, o jornalista preferiu interromper sua participação e devolver a imagem ao âncora no estúdio.
A hostilidade contra a poderosa Globo é estimulada pelo próprio Bolsonaro. Em fevereiro de 2021, no aeroporto de Cascavel (PR), ele segurou um cartaz com o slogan preferido de quem odeia o canal.
Em lives, o presidente já disparou incontáveis xingamentos contra a TV da família Marinho. “Essa imprensa lixo chamada Globo. Ou melhor, lixo dá para ser reciclado. Globo nem lixo é, porque não pode ser reciclada”, disse.
A artilharia incluiu também “TV funerária”, “nojenta”, “porca”, “imoral” e “podre”. Jair Bolsonaro jura não assistir à Globo, porém, às vezes comenta sobre a programação da emissora.
Enquanto isso, o ‘Fora Bolsonaro’ ecoa fora do Brasil. Em junho, na Parada LGBT+ de São Francisco, na Califórnia, o cantor transexual Saint Hills, filho da ex-repórter da Globo Cristina Serra, estimulou um coro no evento. “Fuck Bolsonaro! Fuck Bolsonaro!”, gritaram os gringos.
No início de julho, em show no Hyde Park, em Londres, Adele estendeu o microfone a um espectador. “Go out Bolsonaro!”, berrou o fã. A artista não titubeou: repetiu o grito contra o mandatário brasileiro. A plateia aplaudiu e houve repercussão nos quatro cantos do planeta.
Essa guerra ruidosa deve ter novas batalhas com o aquecimento da cobertura jornalística da eleição. Muitos “Fora Bolsonaro” e “Globo lixo” devem surgir inesperadamente na tela do canal líder em audiência e mais odiado tanto por radicais da direita quanto da esquerda.