Há pessoas que são inigualáveis e não deixam sucessores. Gil Gomes faz parte desse grupo seleto.
O jornalista, morto em decorrência de complicações do Mal de Parkinson aos 78 anos, se tornou a imagem da crônica policial na televisão brasileira.
O olhar intimidador, a voz poderosa (com graves assustadores), o gestual com a mão, as camisas com estampas chamativas...
E, acima de tudo, o estilo dramático de contar tragédias do cotidiano. Exagerado, sim, mas sem jamais parecer sensacionalista. Gil Gomes foi único.
No Aqui Agora, telejornal exibido no SBT entre 1991 e 1997, o consagrado repórter de rádio virou personagem de si mesmo. Icônico a ponto de inspirar vários humoristas a imitá-lo.
Ajudou a desconstruir o telejornalismo na transmissão do noticiário popular. Foi precursor do estilo descontraído que se vê hoje.
As famílias das vítimas da violência urbana o viam como porta-voz de suas mazelas e, ao mesmo tempo, um defensor da justiça aos pobres.
Após se consagrar na emissora de Silvio Santos, Cândido Gil Gomes Jr. trabalhou também na TV Gazeta de SP, na RecordTV, na RedeTV! e encerrou a carreira na TV Ultrafarma, da rede de farmácias homônima.
Nesta terça-feira, dia 16, os principais canais de TV destacaram a morte do jornalista. Uma homenagem justa a um profissional conhecido pela doçura com os colegas de trabalho e o respeito no tratamento com os entrevistados.
Ao final de suas narrações no rádio e das matérias na TV, ele sempre se despedia com o bordão ‘Gil Gomes lhes diz’ – “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”.
Chegou a hora de o público dizer adeus e obrigado.
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