No Twitter, o ator e apresentador Gregório Duvivier, do ‘Greg News’ (HBO), declaradamente de esquerda, deu sua opinião sobre a sabatina de Jair Bolsonaro no ‘Jornal Nacional’.
“Achei fofo. Faltou falar de sigilo de cem anos, rachadinha, funcionários fantasma, cheques do Queiroz pra Michelle, milícia, Adriano da Nóbrega, filhos investigados, volta da fome”, escreveu.
Não foi o único a reclamar da ausência de assuntos que poderiam tirar o presidente do incomum autocontrole visto ao longo dos 40 minutos.
A jornalista Carla Jimenez, do ‘The Intercept’, também reprovou a pauta. “O JN foi muito mais suave do que deveria ter sido com um presidente como o atual”, tuitou.
Na mesma rede social, o usuário @refimear se revoltou. “E a fome, gente?? E a fome??? O brasileiro está na fila do osso!!! Pelo amor de Deus, esse homem não foi confrontado sobre isso!!”
Esse inconformismo na internet com as perguntas feitas por William Bonner e Renata Vasconcellos – e especialmente com aquelas que faltaram – pode deixar o ‘JN’ em situação desconfortável com Lula, o entrevistado da quinta-feira (25).
A sabatina de ontem servirá como parâmetro. O jornalismo da Globo está em uma encruzilhada: será criticado se ‘pegar leve’ com o petista e também caso seja mais contundente do que foi com Bolsonaro.
Apesar das provocações, o presidente manteve o autocontrole. Frustrou quem esperava reação colérica a cada questionamento.
Ele foi diplomático na comparação com sua entrevista ao ‘JN’ na campanha de 2018. Não repetiu nenhuma das acusações que costuma fazer contra a emissora.
Na Globo, a expectativa é de que Lula não será tão comedido. Teme-se que ele gere um clima tenso se exigir que Bonner peça desculpas por matérias exibidas no telejornal a respeito de seu julgamento na Lava Jato, como afirmou que gostaria de fazer.