O relacionamento hostil de Marcos e Emilly, que resultou na expulsão do médico sob acusação de comportamento abusivo, virou pauta até do ‘Jornal Nacional’.
Tiago Leifert, em sua estreia como âncora, se tornou uma mistura de terapeuta de casal com negociador de conflitos – além de porta-voz da direção da Globo, acionada diante de um escândalo de proporção poucas vezes vista na emissora.
O bom humor típico do formato esvaiu-se. O ‘BBB’ se tornou dramático como um folhetim. Os conflitos de amor e inimizade da novela da vida real deixaram em segundo plano a disputa pelo prêmio de 1,5 milhão de reais.
Na segunda-feira (10), dia em que foi anunciada a eliminação compulsória de Marcos, o programa atingiu 34 pontos de média, melhor índice da atração em dois anos e audiência mais alta da Globo naquele dia.
A motivação para mais pessoas ligarem a TV veio das redes sociais. O reality show consegue mobilização expressiva, que fica ainda maior com a propulsão de uma grande controvérsia.
Ainda que o formato esteja desgastado, e que milhões de telespectadores-internautas ensaiem boicote, o ‘BBB’ continua a gerar audiência, faturamento e repercussão na mídia. E é justamente isso o que toda emissora almeja.
Os ruídos gerados pelo reality show provam que a televisão continua poderosa no Brasil. Nenhuma outra plataforma de comunicação atinge tantas pessoas e possui tanto poder de influência em todas as classes sociais.
Mas enfrenta um momento delicado, obrigada a absorver os maneirismos da internet e com dificuldade de atrair e segurar o público jovem, vital para a sobrevivência como veículo de massa e justamente o perfil que mais reverbera o ‘BBB’ na web.
O ‘Big Brother Brasil’, apesar de tão irrelevante artisticamente, ajuda a Globo – e outras emissoras que ganham audiência comentando o programa – a ampliar o contato com variados públicos e refirmar a força da televisão na sociedade.
Os equívocos desta edição ecoaram pelos corredores da cúpula global. Um produto de entretenimento se tornou uma dor de cabeça com implicações policiais e jurídicas.
Por conta disso, mudanças nos critérios de seleção e no formato poderão marcar o ‘BBB18’, já com inscrições abertas.
O ‘Big Brother’ parece estar sempre numa gangorra, oscilando altos e baixos, em movimento permanente e atraindo a atenção coletiva para o previsível e, ao tempo tempo, o imponderável.
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