A aparição de Regina Duarte nos intervalos da Globo, na pele de Raquel, de ‘Vale Tudo’, para promover o boneco de Odete Roitman na nova temporada do ‘Masked Singer Brasil’, repercutiu positivamente nas redes sociais e gerou manchetes na imprensa.
Foi a primeira vez que a emissora deu destaque à imagem da atriz desde a rescisão do contrato entre as duas partes, em fevereiro de 2020, para que ela assumisse a função de secretária de Cultura no governo de Jair Bolsonaro.
Em algumas ocasiões, como no especial dos 70 anos da teledramaturgia brasileira, no tributo ao novelista Manoel Carlos (de quem fez 3 Helenas) e no lançamento de novelas no Viva e Globoplay, o canal ‘escondeu’ Regina Duarte nas peças de divulgação.
A militância dela à direita e suas críticas contra a emissora – cada vez mais progressista – seriam o motivo para o banimento. Mas a história da Globo e a trajetória da artista são indissociáveis.
Neste momento, o Viva exibe ‘Roque Santeiro’, de 1985, com a atriz interpretando a tresloucada Viúva Porcina. Em outubro, o Globoplay disponibilizou ‘Rainha de Sucata’, de 1990, na qual a artista viveu a extravagante Maria do Carmo.
A partir de março, o remake de ‘Vale Tudo’ vai trazer novamente a lembrança da atriz à tona, já que será inevitável comparar sua atuação como Raquel com o desempenho de Taís Araújo no mesmo papel.
Para a Globo, deixar de mostrar Regina Duarte é sabotar seus produtos estrelados por ela em 50 anos na emissora. O boicote significa prejuízo desnecessário, além de ser deselegante. O canal precisa separar a artista popular da cidadã com posicionamento ideológico. Não é simples, porém, necessário.