Na terça-feira (20), a colunista Mônica Bergamo, da ‘Folha de S. Paulo’, noticiou que a Globo apresentou requerimento de renovação de suas concessões.
A rede de TV carioca precisa de nova outorga federal para as emissoras próprias em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Recife. A atual licença de funcionamento expira no dia 5 de outubro.
Segundo informou o Ministério das Comunicações ao blog, a Globo teria até o último dia da atual concessão para se manifestar ao órgão.
Ao se antecipar, a emissora cria pressão sobre Jair Bolsonaro, que deverá participar do debate promovido pela Globo em sua sede, no Rio, no dia 29. Será o último confronto entre candidatos ao Planalto antes do 1° turno.
No evento televisivo, o presidente certamente será questionado por jornalistas se vai ou não assinar a renovação da concessão do canal considerado por ele, em suas palavras, “um inimigo na grande mídia”.
Caso se confirme, não será uma situação confortável. Ao mesmo tempo em que se beneficia da alta audiência da Globo na campanha à reeleição (como aconteceu na sabatina no ‘Jornal Nacional’), ele precisará manter o discurso duro contra a emissora para não decepcionar os seguidores da internet.
Bolsonaro transformou a renovação da concessão em polêmica antes mesmo de tomar posse. Enviou vários ‘avisos’ à emissora da família Marinho a respeito do rigor no processo para assinar o decreto. “Se não estiver tudo direitinho, não renovo a de vocês nem a de ninguém”, disse.
Provocada, a Globo respondeu sempre ter cumprido suas obrigações legais. Pelo que foi apurado, não possui dívidas bilionárias de impostos e processos trabalhistas, conforme propagam aliados do presidente.
A concessão inicial para a criação do canal, no Rio, foi concedida pelo presidente Juscelino Kubitschek ao empresário e jornalista Roberto Marinho em 1957.
A inauguração da TV Globo aconteceu em abril de 1965. Sua última renovação de outorga ocorreu em 2008, com decreto retroativo a 2007 assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.