Os entrevistadores do Ibope e do Datafolha existem mesmo? Onde atuam? Como trabalham? Quem abordam?
No domingo, dia 14, o ‘Fantástico’ exibiu uma matéria de quase 7 minutos de duração sobre o trabalho em torno das pesquisas eleitorais. A repórter Ana Carolina Raimundi acompanhou equipes de pesquisadores nas ruas.
Foram ouvidos o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, e a diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari. Ambos representam os dois institutos de pesquisa mais citados na imprensa. A Globo contrata ambos para ter dados divulgados em primeira mão em seus telejornais.
Paulino e Cavallari têm participado quase diariamente do ‘Jornal das 10’ e da ‘Central das Eleições’, na GloboNews. A análise técnica oferecida por eles complementa o olhar jornalístico dos comentaristas do canal.
Como o blog já destacou em posts anteriores, o telejornalismo se tornou dependente das pesquisas eleitorais. A análise dos números ocupa excessivo espaço. Enquanto isso, o emergencial esclarecimento ao público das propostas dos candidatos fica em segundo plano.
A matéria do ‘Fantástico’ foi bem ‘sincerona’: levantou as principais desconfianças do cidadão a respeito das pesquisas.
Explicou como são escolhidos os entrevistados, o ‘modus operandi’ dos agentes do Ibope e do Datafolha, o impacto dos números na decisão dos eleitores e até as diferenças entre os índices das pesquisas e o resultado das urnas.
Muitos telespectadores podem ter sido convencidos da confiabilidade dos levantamentos, ainda que os agentes de campo dos institutos mostrados na matéria tenham tido os rostos desfocados e os nomes não revelados.
“Para não atrapalhar o trabalho dos pesquisadores, o ‘Fantástico’ não vai identificá-los”, explicou a repórter.
A preservação da imagem desses funcionários deve estar relacionada ao assédio que poderiam sofrer a fim de revelar informações sigilosas ou é uma estratégia de segurança para evitar que sejam atingidos pela lamentável e preocupante onda de agressividade entre bolsonaristas e petistas.