Enquanto milhares de empresas enfrentam redução drástica nas receitas em consequência da interminável pandemia de covid-19 e da persistente crise econômica, o Grupo Globo consegue resultados impressionantes de faturamento.
Relatório da agência de análise de risco Fitch, divulgado no início de janeiro, traz projeções para 2021 (o balanço oficial será divulgado somente em março) e este ano.
O cálculo é de que a Globo teve faturamento líquido de R$ 14,1 bilhões no ano passado, crescimento de 13% na comparação com o resultado de 2020 (R$ 12,5 bilhões).
Parte do mercado se surpreendeu já que no primeiro semestre de 2021, a companhia da família Marinho havia registrado prejuízo de R$ 114 milhões.
Outra fração do mundo dos negócios esperava pelo desempenho positivo diante da recuperação da Globo no último trimestre do ano passado, quando anunciou lucro de R$ 142 milhões.
Em relação a este ano, a expectativa é ainda mais otimista. A Fitch projeta receitas de R$ 15,7 bilhões, aumento de 11%. A se confirmar, será o melhor resultado na história da empresa.
Mesmo considerando a margem de erro das estimativas, a Globo vive uma fase sólida, com rápida evolução de seus produtos digitais, especialmente o Globoplay.
O corte de verbas publicitárias do governo federal, cumprido pelo presidente Jair Bolsonaro conforme promessa de campanha, teve impacto nas contas da emissora, porém, outras fontes de receitas minimizaram a perda – entre R$ 600 milhões e R$ 750 milhões, de 2019 a 2021 – do faturamento que vinha de Brasília.
Apesar do boicote, a Globo voltou a ser a emissora aberta que mais recebe verba publicitária da Secom (Secretaria de Comunicação), órgão diretamente ligado ao gabinete de Bolsonaro. No ano passado, entraram em caixa R$ 19,5 milhões. Emissoras aliadas ao presidente, a Record levou R$ 17,1 milhões e o SBT, R$ 16,5 milhões.