As críticas sobre o jornalismo da GloboNews que geraram a demissão da âncora Cecília Flesch (“Tá um saco, só tem política e economia.”) coincidem com um momento delicado do canal no Ibope.
Em maio, ficou na 16ª posição no ranking, apenas 5 na frente da Jovem Pan News. No mês anterior, a diferença foi de 11 colocações. Em fevereiro, havia 30 posições entre as duas TVs.
A rápida aproximação da emissora de viés conservador, conhecida pelo apoio ao bolsonarismo, representa um risco inédito à liderança da GloboNews em seu segmento.
Coincidência ou não, o canal passou a fazer mais entradas ao vivo de Brasília nas últimas semanas. Enviou comentaristas ao Congresso e tem realizado maior número de debates com convidados – marca registrada dos principais concorrentes, JP News e CNN Brasil.
Sem ser incomodada no Ibope durante longo tempo, a GloboNews parece ter se acomodado. Um dos maiores problemas de sua linha editorial é a falta de pluralidade.
A quase totalidade de âncoras e comentaristas tem visão progressista, sem o necessário confronto de ideias e ideologias.
“Eu concordo” é uma frase recorrente entre os jornalistas do canal. Há excesso de coleguismo e ausência de análise sob o viés de direita, cultivado por relevante parcela da população.
A polêmica suscitada por Cecília Flesch e o sinal amarelo aceso com o crescimento da Jovem Pan News podem provocar a mexida que a emissora precisa para entregar o jornalismo dinâmico exigido pelo assinante de TV paga.