A intensa cobertura da Guerra de Israel contra o Hamas tem sido explorada dia e noite pelos principais canais de notícias da TV paga. Todos se beneficiam com aumento de audiência.
O conflito deu fôlego extra à CNN Brasil. Em alguns horários nas últimas semanas, chegou a superar Jovem Pan News e GloboNews. A terceira no ranking atrair mais público do que a primeira não é pouca coisa.
Alguns especialistas em conflitos bélicos e Oriente Médio apareceram nos três canais em dias alternados. Há uma disputa pela agenda de quem possui autoridade para analisar a questão.
Essa cobertura se destaca por ser predominantemente remota. Há poucos jornalistas brasileiros em Israel e na Cisjordânia. Nenhum atua diretamente em Gaza, o epicentro dos ataques do exército do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Para mostrar o horror naquela região, as TVs brasileiras usam imagens de agências internacionais, registros postados por palestinos nas redes sociais e de brasileiros à espera da autorização para deixar o território via Egito.
Por isso, o trabalho em estúdio tem sido ser reforçado. Âncoras precisam do suporte de acadêmicos e estrategistas para traduzir o que acontece ao telespectador.
Cobrir uma guerra à distância exige mais atenção com manipulação de dados, fake news e interpretações apressadas. Há ainda a preocupação com a isenção jornalística, ainda que alguns profissionais de vídeo não disfarcem o apoio a Israel ou à Palestina.
A dança das cadeiras na liderança do Ibope ao longo do dia representa uma ameça à GloboNews, raramente superada no ranking antes do início da guerra.
Os correspondentes em Nova York e Londres estão mais presentes, e a repórter em Tel Aviv, Paola de Orte, se desloca a outras regiões para produzir material.
A CNN Brasil conta com o diferencial de seu principal âncora, William Waack, um veterano de coberturas do tipo e especialista em relações internacionais.