Há 15 anos morria Roberto Marinho, o homem que mudou a TV

Fundador da Globo fez o brasileiro se reconhecer na televisão e enxergar além das fronteiras do País

6 ago 2018 - 11h42

Naquela quarta-feira, 6 de agosto de 2003, a icônica (e temida) vinheta do Plantão da Globo interrompeu a programação para um anúncio lido pela então âncora do Jornal da Globo Ana Paula Padrão: Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo e fundador da TV Globo, havia morrido poucos minutos antes durante uma cirurgia para dissolver um coágulo no pulmão. Ele tinha 98 anos.

Roberto Marinho no estúdio do ‘Jornal Nacional’, na década de 1980: o empresário fez da Globo uma das mais influentes emissoras do planeta
Roberto Marinho no estúdio do ‘Jornal Nacional’, na década de 1980: o empresário fez da Globo uma das mais influentes emissoras do planeta
Foto: Memória Globo / Divulgação

“A televisão brasileira está de luto. A cultura nacional está de luto. A imprensa, o jornalismo e o mundo dos homens de ideias; os empreendedores que, com esforço e talento, constroem este País. Todos, pessoas e instituições, que devem de alguma maneira o seu fortalecimento e a sua consolidação ao trabalho do jornalista Roberto Marinho estão de luto esta noite”, disse a apresentadora do JG na abertura da edição especial exibida naquela noite.

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Chegava ao fim uma vida dedicada ao jornalismo e à televisão. Uma trajetória digna de roteiro de Hollywood, com início surpreendente: em 1925, o jovem filho do jornalista Irineu Marinho assumiu o comando de O Globo apenas 23 dias após a inauguração do jornal da família, em razão da morte repentina de seu pai.

Empreendedor nato, Roberto Marinho criou a TV Globo quando já tinha 60 anos. Em pouco tempo, a transformou na principal emissora do Brasil e, em seguida, a colocou entre as maiores do planeta. Mesmo sem ser um especialista em telecomunicação, o empresário soube recrutar os profissionais certos para formar um canal forte em jornalismo, entretenimento e transmissões esportivas.

Mesmo quem o vê com reservas devido às ideologias e equívocos (como o apoio ao regime militar), há de admitir a importância de Roberto Marinho para a comunicação de massa no País. A Globo se tornou um espelho da sociedade – a refletir o seu melhor e também o pior – por meio de novelas, séries, atrações de humor, telejornais e programas de reportagens.

O homem baixo, de voz suave, reservado e observador, deu ao Brasil um canal de TV que virou paixão nacional. Todo mundo sintoniza a Globo, seja por gostar da programação ou para ter como criticá-la com mais argumentos. 

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Amada por milhões e ‘golpista’ para tantos outros, a emissora fez o País ser conhecido internacionalmente devido ao sucesso de seus folhetins – ao mesmo tempo, abriu as janelas do mundo ao brasileiro. Na tela do ‘plim-plim’ assistimos ao que aconteceu ao longo dos últimos 53 anos. 

Apesar da popularização da internet, a TV ainda é a principal fonte de informação e lazer na maioria dos lares brasileiros. Há décadas a Globo lidera essa influência.

Visionário, Roberto Marinho revolucionou a televisão no Brasil, incentivou os concorrentes a segui-lo no caminho da modernização e deu ao povo brasileiro um retrato às vezes belo, às vezes cruel dele próprio.

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