Em razão de seus shows em Lisboa, Porto e Barcelos, Johnny Hooker foi entrevistado pelo ‘Diário de Notícias’, conceituado jornal português.
Gay militante, o artista disse à repórter Mariana Pereira que o brasileiro em geral é diferente do estereótipo liberal que se tem dele no exterior: “O povo brasileiro é violento, autoritário e ultra conservador, apesar da imagem que a gente vende de liberdade, de Carnaval, de sol, de praia, gente pelada. Mas não tem nada disso. É um País extremamente racista, é o quinto País do mundo em feminicídios. É um País que tem um projeto de extermínio da juventude negra nas periferias”.
O cantor recifense, de 31 anos, afirma que “o genocídio em relação às minorias é quase uma política de Estado” no Brasil. Ele reclama especialmente da violência contra homossexuais, travestis e transgêneros: “Ser LGBT no Brasil é assustador”.
Em agosto, Hooker teve um show na Parada da Diversidade de Teresina cancelado após ameaças de morte contra ele, por ter dito em um evento que “Jesus é travesti”. “Não falei da figura histórica, e sim do que a figura representa”, explicou.
Na mesma entrevista do ‘DN’, Johnny manifestou preocupação com “ameaça da vitória da extrema-direita” na eleição presidencial brasileira. Reclamou ainda da disseminação do ódio ideológico contra a classe artística.
“Obscurantistas conservadores usam a religião como a bandeira moral deles, atacam as leis de incentivo à cultura, atacam os artistas, atacam as exposições de arte, convencem os seguidores deles que arte é nocivo, é perigoso.”
Na sequência de sua turnê europeia, Johnny Hooker se apresenta dia 13 em Berlim, e no dia 18 em Barcelona.