Em comunicado à imprensa, a Band confirmou para janeiro a estreia de Fausto Silva. A informação surpreendeu: havia expectativa de que o apresentador voltasse ao ar antes.
A demora se justifica no papel e no bolso. Globo e Faustão preferiram não rescindir o contrato. Mesmo fora do ar, o comunicador manterá seu vínculo com o canal até dezembro.
Em jogo, a participação financeira que ele tem em negociações de publicidade fechadas para o ano todo. Mesmo fora do ‘Domingão’, receberá mais de R$ 3 milhões por mês.
Não romper a parceria litigiosamente faz a emissora economizar. A multa a ser paga por eventual rescisão seria em torno de R$ 100 milhões, de acordo com sussurros de bastidores.
A saída abrupta de Faustão da Globo, em junho, seis meses antes do previsto, obrigou o canal carioca a antecipar para setembro o início de Luciano Huck aos domingos.
Ele terá 4 meses de dianteira para azeitar o formato de sua atração antes de Fausto surgir na tela da Band, ainda em dia e horário indefinidos.
Nesse período, Luciano terá a chance de minimizar a rejeição de sua imagem – boa parte dela por conta da atuação na política – e cativar o público que acompanhou Faustão por 32 anos.
O apresentador, de 49 anos, terá outra vantagem valiosa, literalmente. Seu programa poderá atrair as tradicionais campanhas publicitárias milionárias de fim de ano, como a da Black Friday e das compras de Natal.
Já Fausto irá iniciar seu novo ciclo em um mês difícil. Janeiro costuma ter menos gente diante da TV (o próximo, com a pandemia possivelmente mais controlada, vai estimular as pessoas a saírem de casa). Além disso, o mercado publicitário enfrenta período de ressaca depois das ações de dezembro.
Mas não podemos, jamais, subestimar o veterano comunicador, de 71 anos. Ele é um craque nas negociações. Faz contato direto com donos, presidentes e diretores de grandes empresas anunciantes em TV. Não faltarão marcas (e suas verbas de 7 dígitos) para bancar a aguardada atração de Fausto Silva na Band.