Primeiramente, fundamental ressaltar que Aline Midlej é uma jornalista competente e merecedora da ascensão profissional conquistada nos últimos tempos.
Ela não se tornou âncora do ‘Jornal das 10’ da GloboNews e agora apresentadora eventual do ‘Jornal Nacional’ por ser negra, sim pela profissional que é.
Esclarecimento registrado, pode-se analisar sua chegada na bancada do ‘JN’ como uma necessária reparação pelo jornalismo da Globo.
Desde o começo da pandemia de covid-19, a emissora passou a escalar somente apresentadores do Rio, onde fica a redação-estúdio, a fim de evitar o risco de contaminação inerente a uma viagem aérea.
Por isso, aqueles que eram de outras cidades deixaram de substituir William Bonner e Renata Vasconcellos durante as folgas e férias dos titulares.
Casos de Maju Coutinho, de São Paulo, e Heraldo Pereira, de Brasília. Os dois eram os únicos jornalistas negros da equipe de âncoras do ‘Jornal Nacional’.
O telejornal ficou sem a diversidade racial que passou a ser meta na Globo em seus vários departamentos. A chegada no ‘JN’ de Aline Midlej – dona de forte discurso contra o racismo diante das câmeras e nas redes sociais – corrige a falta de diversidade.
Relevante observar que Maju precisou se deslocar algumas vezes de São Paulo ao Rio, em plena quarentena, para comandar o ‘Fantástico’ no lugar de Poliana Abritta, de quem é ‘substituta oficial’.
Ao fim das restrições e perigos da pandemia, a direção do ‘JN’ terá que decidir se os apresentadores agora poupados de embarcar em voos – entre eles César Tralli e Rodrigo Bocardi, da capital paulista, e Giuliana Morrone, do DF – voltarão à escala.
No momento, o rodízio é feito por Ana Paula Araújo, André Trigueiro, Mariana Gross, Hélter Duarte, Flávio Fachel e Ana Luiza Guimarães.
Junto com Aline Midlej, o repórter especial Paulo Renato Soares, baseado no Rio, também conquistou uma vaga na bancada do principal telejornal da Globo. A dupla estreia em setembro.