A Espanha está em choque com o anúncio do divórcio da infanta Cristina e do ex-atleta olímpico Iñaki Urdangarin. O casamento de 24 anos ficou marcado por escândalos de diferentes tipos.
(Um esclarecimento: de acordo com o regime monárquico espanhol, os filhos legítimos do rei ou rainha que não sejam herdeiros diretos da coroa recebem o título de infante e infanta, e não de príncipe e princesa.)
O estopim para a separação foi o flagra feito por um paparazzo de Iñaki a passear de mãos dadas – e olhar romântico – com uma mulher 13 anos mais jovem que Cristina.
A ‘outra’ é a advogada Ainhoa Armentia, colega de trabalho do agora ex-marido da irmã mais nova do rei Filipe. A imprensa local diz que foi paixão à primeira vista.
Cristina e Iñaki já viviam um casamento de aparências, mas nunca a infanta havia sido humilhada publicamente por conta da conhecida infidelidade do companheiro.
A aceleração do divórcio encerra uma união atolada em escândalos. Os negócios ilícitos do ex-jogador de handebol, que se aproveitou do status da família real para faturar alto, renderam processos ao casal por corrupção, desvio de dinheiro público e sonegação de impostos.
Pela primeira vez, um membro do clã Bourbon se viu no banco dos réus. Acusada de ser cúmplice das falcatruas do marido, Cristina foi execrada por envergonhar a monarquia.
Na tentativa de preservar sua imagem, o rei Filipe tirou dela o título de Duquesa de Palma de Mallorca e restringiu o acesso da infanta aos palácios e eventos oficiais.
Na época, Cristina foi aconselhada a se separar para recuperar sua reputação e voltar aos braços da família. Mas a nobre preferiu continuar apoiando o homem por quem jurou amor eterno.
Ela acabou inocentada no tribunal, enquanto o marido foi mandado para a prisão. Desmoralizada, Cristina se mudou com a filha caçula para a Suíça a fim de fugir do assédio da mídia e viver em paz.
Quando Iñaki deixou a cadeia para cumprir o restante da sentença em regime aberto, a infanta decidiu manter o matrimônio mesmo à distância. Ela ainda amava o marido adúltero e golpista.
Agora, novamente ultrajada, Cristina quer apenas reunir os outros três filhos – os rapazes vivem separados, em Londres, Madrid e Barcelona – para colar os cacos da bela família que um dia encantou os súditos espanhóis.
A infelicidade conjugal parece ser uma maldição inevitável entre os Bourbons. O pai de Cristina, o rei Juan Carlos, que abdicou ao trono em 2014 sob a suspeita de ser corrupto, manteve inúmeros relacionamentos extraconjugais debaixo do nariz da rainha Sofia.
A irmã mais velha, infanta Elena, também se divorciou. O irmão, rei Filipe, vive um casamento de fachada com a rainha Letizia, uma ex-apresentadora de TV. Dormem em quartos separados e têm pouco contato quando estão longe do olhar do público e da imprensa.