No telejornalismo existe a 'nota seca'. O apresentador lê a notícia sem o apoio de imagens ou ilustrações.
O recurso é usado para uma informação menos importante ou surgida no último instante, pela falta de material ou para evitar dar maior visibilidade ao assunto e a seus envolvidos.
O 'Jornal Nacional' usou esse artifício ao noticiar a ação do PL contra o TSE pedindo a anulação de milhares de urnas eletrônicas para beneficiar a candidatura derrotada de Jair Bolsonaro.
Enquanto os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos liam o TP (teleprompter) nada foi exibido da coletiva de imprensa feita pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Não houve também a exibição de nenhuma foto ou imagem de arquivo de Bolsonaro, em autorreclusão no Palácio do Alvorada desde a perda da eleição para Lula, em 30 de outubro.
Poucos segundos no 'JN' geram repercussão valiosa. Todos os políticos querem aparecer no telejornal mais visto do País, com alcance de até 45 milhões de brasileiros a cada noite.
Ao 'esnobar' Valdemar e, consequentemente, Bolsonaro, a Globo se recusa a ser manipulada para alimentar a massa de manobra por uma 'virada de mesa' no resultado da eleição presidencial.
Quarto poder, a imprensa precisa zelar pela verdade. Não pode promover personalidades autoritárias e intenções antidemocráticas. Deve se blindar contra tentativas de dominação ideológica.
Ao restringir a tática do PL a uma 'nota seca', o 'JN' dá à contestação da eleição o tamanho que merece. Mínimo. Apenas um registro. E, assim, respeita a inteligência e o tempo do público que se informa pela TV.
O #JornalNacional desmentiu o PL de Bolsonaro sobre a segurança das urnas e jogou a última pá de cal na tentativa golpista de cancelar o segundo turno das eleições.
Bolsonaro podia sair apenas como o fracassado que ele é, mas ele optou pela humilhação também. pic.twitter.com/EI6BZ8FZE6
— Carlinhos, o petralha 🚩🏳️🌈 (@camff0) November 23, 2022