Para um jornalista, uma agenda com contatos quentes possui valor imensurável. Mônica Waldvogel prova isso: a comentarista do ‘Em Pauta’, da GloboNews, tem linha direta com o homem mais poderoso da Justiça brasileira.
Na quarta-feira (28), ela contou no programa ter recorrido ao presidente do STF para conseguir uma análise do polêmico resultado da luta da judoca gaúcha Maria Portela, eliminada por alegada falta de combatividade contra a russa Madina Taimazova nas oitavas de final da Olimpíada de Tóquio.
“A gente tem um presidente do Supremo Tribunal Federal que é praticante e admirador das artes da luta. Então eu pedi que o ministro Luiz Fux olhasse a luta e avaliasse pra mim”, disse Waldvogel. “Ele me mandou um voto.”
Na sequência, a jornalista leu a manifestação de Fux, que é faixa coral de jiu-jítsu, um dos mais altos graus da arte marcial. “Disse o ministro Fux: ‘Vi um erro flagrante de arbitragem. A judoca brasileira aplicou um golpe perfeito na atleta russa. A luta deveria ter acabado ali. Um erro escandaloso. Deve merecer um recurso veemente das autoridades olímpicas brasileiras. Um atleta para chegar às Olimpíadas passa por etapas severas de preparação, com esforço hercúleo e abdicações da vida pessoal. Chegar nas Olimpíadas e ser vítima de um erro inescusável merece mais do que lágrimas da judoca, mas um contundente recurso pela anulação do resultado pelo Comitê Olímpico Internacional. Maria Portela fez um golpe perfeito. A atleta russa encostou os dois ombros no tatame. Inaceitável”.
A exclusividade conseguida por Mônica Waldvogel mereceu elogios dos colegas de ‘Em Pauta’. “Essa é daquelas repórteres das boas”, afirmou o âncora Marcelo Cosme. “Nós que falamos mal de tanta gente, hoje temos que falar bem da Mônica, que teve uma bela sacada”, declarou a também comentarista Eliane Cantanhêde.
Alguns jornalistas e esportistas que trabalham na cobertura da Olimpíada saíram em defesa de Maria Portela diante das câmeras. “Eu falo que roubaram, sim”, disse Caio Ribeiro na Globo. Galvão Bueno também se indignou com o suposto erro do árbitro mexicano Everardo Garcia.