Nascido em Teresópolis, cidade a pouco mais de 50 km de Petrópolis, André Coelho foi deslocado do Rio até a serra fluminense para cobrir a catástrofe provocada pelas chuvas na cidade imperial.
Em post no Instagram, o jornalista lembrou a coincidência da data, 16 de fevereiro. “No Dia do Repórter, um registro da triste missão de informar outra tragédia. De novo, na minha região”, escreveu.
Ele fez entradas ao vivo nos telejornais da GloboNews diante da lente do repórter-cinematográfico Willian Côrrea, também nascido na localidade. “Que o dever nos guie e essa cidade se levante. Mais uma vez”, desejou André.
Ao longo da extensa cobertura do caos em Petrópolis, uma de suas aparições na TV viralizou nas redes sociais e gerou manchetes na imprensa.
O repórter segurou o choro ao narrar a história de um animal de estimação. “A gente tem uma imagem que deu bastante esperança para a gente, aqui. Foi a imagem muito bonita do resgate de um cãozinho que passou a madrugada inteira no teto da casa esperando a família dele voltar”, contou.
Na tela apareceu o assustado vira-lata Pitoco sendo carregado por seu dono. “A gente sabe que tem vidas de centenas de pessoas envolvidas nessa terrível tragédia, mas foi uma cena que nos sensibilizou e nos deu esperança de que, assim como o resgate desse cãozinho, a gente possa ainda encontrar muita gente que está perdida”, argumentou, comovido.
Assim como André, outros jornalistas enviados a Petrópolis, de diferentes emissoras, externaram emoção em participações ao vivo e matérias gravadas.
Foi impossível não se abalar emocionalmente diante do mar de lama, da destruição de boa parte da cidade, dos corpos sendo carregados em lonas, do desespero das famílias à procura de desaparecidos, da desolação de quem perdeu tudo.
Até mesmo os âncoras nos estúdios, muito longe do caos, ficaram consternados. Em momentos assim, o jornalismo ganha ainda mais relevância por humanizar o fato e as estatísticas.
Quando, diante da câmera, um repórter fica com a voz embargada e os olhos marejados, ele compreensivelmente deixa transparecer o sentimento das pessoas ao seu redor. Ser empático é uma virtude desejável a todo jornalista.