O coro de “imbrochável, imbrochável, imbrochável” puxado por Jair Bolsonaro ao discursar em Brasília, nas comemorações do 7 de Setembro, foi reprovado pela maioria dos jornalistas de TV.
Na GloboNews, o comentarista Gerson Camarotti disse que o presidente gerou “constrangimento” ao apelar à “vulgarização”.
Para ele, os “verdadeiros conservadores”, sendo mais reservados, devem ter reprovado o linguajar sexualizado.
“Tem um público que gosta dessas grosserias, dessa molecagem do Bolsonaro”, afirmou Merval Pereira.
O jornalista ainda disparou uma ironia. “Ele não é ‘imbrochável’ onde mais precisa, nas pesquisas”.
Em todos os levantamentos de intenções de voto divulgados até o início desta semana, Bolsonaro aparece atrás do candidato do PT, Lula.
Merval aproveitou para lembrar uma declaração inusitada feita pelo então candidato à Presidência em 2018, quando foi sabatinado na GloboNews.
“Quem garante que eu não seja gay?”, disse Bolsonaro, segundo o jornalista.
Ao ouvir o relato, a mediadora da ‘Central das Eleições’, Natura Nery, ficou boquiaberta.
Na CNN Brasil, William Waack foi mais explícito e sarcástico ao comentar o termo polêmico usado pelo presidente.
“O País não precisa se preocupar, se é que muita gente com isso se preocupou, com a irrigação sanguínea do pênis de Bolsonaro. Ela está plenamente normal e satisfatória, ele assegurou”, disse.
“O que permite esperar que a irritação sanguínea esteja também plenamente normal e satisfatória em outros órgãos dos quais ele precisa para governar, como o cérebro, por exemplo.”
Dois comentaristas de pensamento progressista do canal Jovem Pan News se manifestaram no Twitter.
“No bicentenário da independência, o presidente discursa enaltecendo o próprio pênis. Apequena o Brasil. Flerta com o ridículo. Passa vergonha no mundo”, postou Felipe Pena.
Recentemente destratada por Bolsonaro, Amanda Klein retuitou uma mensagem crítica da colega Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal ‘Valor’.
“No dia em que o ‘imbrochável’ transforma o bicentenário da independência numa ode à vergonha nacional, nunca é demais relembrar Simone de Beauvoir: “Ninguém é mais arrogante, violento, agressivo e desdenhoso contra as mulheres, que um homem inseguro de sua própria virilidade.”
“Disse tudo!”, comentou Klein no post.
No bicentenário da independência, o presidente discursa enaltecendo o próprio pênis.
Apequena o Brasil.
Flerta com o ridículo.
Passa vergonha no mundo.
— Felipe Pena (@felipepena) September 7, 2022