O CEO do Grupo Jovem Pan, Roberto Araújo, gravou um editorial exibido na emissora. Ele rebateu as matérias sobre mudança no conteúdo depois da derrota de Jair Bolsonaro na eleição.
As manchetes foram suscitadas por demissões de importantes jornalistas do canal, como Augusto Nunes e Guilherme Fiuza, que sempre defenderam o atual presidente e ecoaram o discurso da direita.
Araújo classificou de "mentirosas" as informações sobre "desmanche" no elenco da TV. "São mudanças normais e a renovação faz parte do processo contínuo de evolução da empresa."
Afirmou ainda que a Jovem Pan News não mudou sua linha editorial. "Nossos valores e princípios são os mesmos há 80 anos."
Enfático, o CEO refutou a impressão de que a emissora estaria disposta a se aproximar da esquerda do presidente eleito Lula com interesse nas verbas publicitárias do futuro governo.
"Não nos vendemos como alguns querem fazer crer", disse. "O compromisso com a verdade não tem preço."
Um gráfico comparou o faturamento do Grupo Jovem Pan com o do Grupo Folha — que publicou reportagens sobre a suposta guinada da TV, assim como o Sala de TV — desde o primeiro mandato de Lula.
Segundo os dados apresentados, a Jovem Pan ganhou menos com propaganda oficial nos 4 anos de Bolsonaro do que nas presidências de Temer, Dilma e Lula.
Entre 2019 e 2022, na gestão bolsonarista, teria recebido R$ 4 milhões. Metade do que faturou de 2015 a 2018, com Dilma Rousseff e Michel Temer no poder.
"A Jovem Pan, independentemente do governo, sempre atuou da mesma forma", afirmou Roberto Araújo. "Não submetemos nosso jornalismo a quem paga mais ou menos."
No final da declaração, informou que o canal continuará a defender "a família, as liberdades individuais, a imprensa livre e independente e o Estado mínimo".
"Não nos vendemos para o governo Bolsonaro, Lula ou de qualquer outro político."