Com imagem colada ao bolsonarismo e linha editorial conservadora, a Jovem Pan News exibiu matéria em seus telejornais para reivindicar uma fatia da verba de propaganda do governo Lula.
Foi uma reação a uma matéria da ‘Folha’ que mostrou os valores destinados às três maiores emissoras do país nos primeiros seis meses do terceiro mandato do petista.
A Globo recebeu R$ 54,4 milhões. A Record ficou com R$ 13 milhões. Ao SBT foram direcionados R$ 12 milhões. A Jovem Pan não faturou 1 centavo sequer.
“De janeiro até hoje não houve contratação de publicidade do governo federal nas plataformas da Jovem Pan, rádio e TV digital”, afirmou o âncora Thiago Uberreich.
Sobrou crítica até para o presidente anterior, que era apoiado pelo canal e atuava na internet como se fosse seu garoto-propaganda.
“Durante o governo passado, de Jair Bolsonaro, a Jovem Pan esteve fora do ranking das empresas que mais receberam verba, inclusive abaixo de algumas que têm menos audiência e representatividade no mercado.”
Segundo mostrou na TV, a Jovem Pan faturou um pouco mais de R$ 3,7 milhões com verbas governamentais de propaganda em 2022, último ano da Presidência bolsonarista.
Na matéria, o canal diz que o governo Lula tem a obrigação de distribuir sua verba bilionária de publicidade a partir de dados técnicos, como audiência, e não por “ideologia”.
Foi uma crítica não declarada à Globo, que apresenta cobertura simpática ao governo Lula 3 e tem sido priorizada por ministros e secretários de Estado. Na Jovem Pan, a maioria dos âncoras e comentaristas se posiciona contra o líder de esquerda e sua gestão.
Na TV paga, a JP News deixou a CNN Brasil para trás e avança em direção à GloboNews. Em maio, ficou apenas 5 posições atrás da concorrente no ranking de audiência da Kantar Ibope.