Ano eleitoral, como este 2022, costuma ser positivo para a televisão. O interesse por candidatos, partidos e propostas faz aumentar o número de aparelhos ligados em telejornais e programas de entrevistas e debates.
As emissoras de notícias, que têm audiência minúscula na comparação com os canais de sinal aberto, poderão ser especialmente beneficiadas com a polarização entre a direita de Jair Bolsonaro e a esquerda de Lula da Silva.
Polemista incontrolável, o atual presidente obrigou a maioria das redes de TV a tomar posição, a favor ou contra sua ideologia e seu governo. Por enquanto, a situação está embolada no ranking de audiência do Painel Nacional de Televisão (PTN), da Kantar Ibope Media.
Em dezembro, a GloboNews – vista tanto por Bolsonaro quanto por Lula como uma inimiga, assim como a Globo – perdeu pela primeira vez a liderança para a Record News, rotulada como simpática ao ‘capitão’, a exemplo da Record TV. O placar ficou 0,17 ponto x 0,15 ponto.
Com linha editorial bastante crítica ao bolsonarismo, a CNN Brasil ficou com média 0,04. Na sequência, a Jovem Pan News, que tem Bolsonaro como seu principal garoto-propaganda, marcou 0,03. Por último aparece a neutra BandNews TV, com 0,02 ponto.
Para mera comparação, a Globo marcou 10,1 pontos de média no último mês de 2021. Foi o pior desempenho já registrado. Mesmo assim, ainda é um índice relevante de telespectadores – e poder de influência – em relação aos canais exclusivamente de notícias.
Na prática, a campanha presidencial já começou. Dia e noite, as emissoras abordam o assunto. Resta descobrir se, desta vez, o brasileiro está disposto a consumir essa overdose de informações na TV ou vai preferir mudar de canal em busca de outro tipo de conteúdo.