Diva dos bons drinks na web, Luisa Marilac afirma ter vivido uma experiência terrível ao visitar a Bienal do Livro de São Paulo na segunda-feira (4). “O lugar mais transfóbico que já estive”, disse em vídeo no Instagram.
No desabafo, gravado no próprio evento, a influenciadora e ativista transexual relatou o que sofreu ao lado de uma amiga, a agente de companhia aérea Monique Andrade, que também é uma mulher trans.
“Debocharam da gente, as pessoas chegaram perto para tirar sarro, apontaram, gargalharam”, contou. “Há muito tempo não me sentia tão constrangida.”
Autora do livro de memórias ‘Eu, Travesti’ (Editora Record), escrito em parceria com a jornalista Nana Queiroz, Marilac esperava receber outro tratamento na Bienal, espaço com público majoritariamente jovem.
“Minha indignação com um local onde as pessoas leem, são mais cultas”, lamenta. “Dizem que essa geração é o futuro do País. Se for, estamos f...”
Com o histórico de quem já foi discriminada em vários lugares públicos, inclusive hospitais, a youtuber refletiu a respeito da intolerância contra as pessoas ‘t’ da comunidade LGBTQIAP+.
“Por isso que travestis não ocupam esses espaços, mas precisamos nos fazer presentes”, disse. “O preconceito existe para te machucar. Uma pessoa com a cabeça fraca desiste, se mata.”
Luisa informou ter tomado uma decisão radical. “Nunca mais na minha vida piso aqui (na Bienal), nem se for contratada, nem se lançar outro livro.”
Nesta terça (5), ela fez alguns Stories. Comunicou a decisão de deixar o Brasil. “Vou pedir asilo político em algum País da Europa”, explicou. Quando vivia da prostituição, Marilac morou muitos anos entre Itália e Espanha.
“Vou vender o que é meu e vou embora. Estou tão cansada disso... Amo muito meu País, mas estou pegando ranço dos brasileiros que atacam mulheres como eu.”