O colunista de ‘Veja’ Robson Bonin publicou dados monitorados pela empresa Controle da Concorrência sobre os gastos da Secretaria de Comunicação de Lula na campanha de divulgação dos 100 dias de governo.
Entre 8 e 10 de abril, as inserções renderam R$ 11,6 milhões à Globo, líder de audiência. O presidente e a emissora da família Marinho estão em clima de paz e amor desde que William Bonner disse que o petista não devia nada à Justiça ao entrevistá-lo no ‘Jornal Nacional’, no início da campanha eleitoral de 2022.
O segundo canal que recebeu maior verba para exibir comerciais da gestão de Lula foi o SBT de Silvio Santos, simpatizante de Jair Bolsonaro e sogro do ex-ministro das Comunicações Fabio Faria: R$ 9,8 milhões.
A Record do bispo Edir Macedo, ex-eleitor do líder de esquerda e agora à direita no espectro político, levou R$ 6,6 milhões.
A fatia da Band, do clã Saad, foi de R$ 3,7 milhões. Traçando no Ibope em vários horários, a RedeTV! do bolsonarista Marcelo de Carvalho mereceu apenas R$ 854 mil.
A liberação dessa verba indica que Lula vai usar bastante a TV aberta para propagar a imagem do governo, como fez nos dois primeiros mandatos (2003-2010).
O antecessor, Jair Bolsonaro, reduziu drasticamente o investimento da publicidade estatal nos canais abertos, principalmente na Globo, com a qual sempre travou embates ideológicos.
Ministros e secretários do primeiro escalão de Lula aproveitam a fase amistosa do chefe com a emissora mais influente do País.
Concedem entrevistas exclusivas e são fontes dos repórteres globais. Aparecem diariamente também em programas da GloboNews, 1º lugar no ranking de canais de notícias da TV paga.